Jean-Claude Bernardet, crítico e teórico fundamental do cinema brasileiro, morreu neste sábado, 12, aos 88 anos, em São Paulo. Naturalizado brasileiro em 1964, o belga de família francesa convivia com HIV, câncer de próstata reincidente e degeneração macular. Bernardet, vale lembrar, construiu carreira de mais de seis décadas transitando entre crítica, ensino, roteiro e atuação. Relembre!
JEAN-CLAUDE BERNARDET
INÍCIO
Nascido em Charleroi, Bélgica, em 1936, viveu a infância em Paris, Franca, e chegou ao Brasil aos 13 anos. Formou‑se na École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, e obteve o doutorado em Artes pela ECA‑USP. Seu primeiro contato com o cinema deu‑se no circuito cineclubista paulista, o que o levou a escrever críticas para O Estado de S. Paulo, a convite de Paulo Emílio Salles Gomes.

PENSADOR DO CINEMA BRASILEIRO
Em 1965, Bernardet foi um dos criadores do Curso de Cinema na Universidade de Brasília (UnB), ao lado de nomes como Nelson Pereira dos Santos, e, em 1967, lançou Brasil em Tempo de Cinema, livro pioneiro no exame de filmes nacionais de 1958 a 1966 e suscitou debates ao questionar o mito do Cinema Novo. Sua carreira acadêmica se estendeu até os anos 2000, lecionando História do Cinema Brasileiro na ECA, onde publicou, em 1995, Historiografia Clássica do Cinema Brasileiro, consagrando‑se como referência teórica. Publicou cerca de 25 livros, incluindo ficções e ensaios.
REALIZADOR E ATOR
Além da atividade crítica e docente, Bernardet ajudou a escrever roteiros, como O Caso dos Irmãos Naves (1967) e Um Céu de Estrelas (1996), e atuou em projetos, como FilmeFobia (2008) e Em 97 Era Assim (2017). Foi premiado quatro vezes no Festival de Brasília, indicado a três Prêmios Guarani de Cinema Brasileiro e condecorado uma vez pela Associação Paulista de Críticos de Arte.

INTIMIDADE
Bernardet também era reconhecido por sua postura aberta em relação à própria saúde e sexualidade. Em 1996, lançou A Doença, uma Experiência, relato sobre conviver com HIV/Aids, e nunca escondeu sua homossexualidade.
LEGADO
Seu legado se reflete na geração de críticos, cineastas e professores que formou. Admirado por sua erudição aliada à paixão pelo cinema, influenciou desde os jovens que frequentavam as primeiras sessões de cineclube até cineastas. Bernardet deixa a filha Lígia, fruto de seu casamento com Lucila Ribeiro.
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