02 out

Pela primeira vez desde que viu seu nome estampar as manchetes em acusações de estupro e agressão sexual, o astro francês Gérard Depardieu veio a público se defender. Numa carta publicada neste domingo, 01, no jornal francês Le Figaro, ele afirmou que nunca abusou de nenhuma mulher. “Não posso mais me calar diante do que ouço e do que leio sobre mim há vários meses. Achei que isso não me afetaria, mas na verdade afeta. Pior ainda, me desanima. Hoje não consigo mais cantar Bárbara porque uma mulher que queria cantar Bárbara comigo me acusou de estupro. Finalmente quero contar minha verdade. Nunca, nunca abusei de uma mulher. Machucar uma mulher seria como dar um chute na barriga da minha própria mãe. Uma mulher veio pela primeira vez à minha casa, andando com leveza, subindo ao meu quarto por vontade própria. Ela agora diz que foi estuprada lá. Ela voltou. Nunca houve qualquer coerção, violência ou protesto entre nós. Ela queria cantar comigo as músicas de Barbara no Cirque d’Hiver. Eu disse a ele que não. Ela apresentou uma queixa”.

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Vale lembrar que depois da divulgação da primeira acusação formalizada pela atriz Charlotte Arnould (sobre a qual você pode ler melhor em duas das notícias relacionadas acima), Depardieu foi acusado por outras 13 mulheres de má conduta sexual, incluindo atrizes, maquiadoras e equipes de produção que testemunharam (a maioria anonimamente). As acusações vieram à tona num relatório investigativo publicado por Mediapart em abril deste ano. De acordo com o Ministério Público de Paris, nenhuma dessas 13 mulheres tomou alguma medida legal, ainda que todas as acusações estejam sujeitas a penalidade criminal. Os casos teriam acontecido nos bastidores de 11 produções rodadas entre 2004 e 2022.

O ator Gérard Depardieu
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Marcelo Müller

Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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