Após diversas polêmicas envolvendo a escalação de sua protagonista (confira resumo dos acontecimentos ao final da matéria), o filme brasileiro Geni e o Zepelim encontrou sua estrela principal e terá suas filmagens retomadas na próxima semana na Amazônia. Substituindo Thainá Duarte, o longa de Anna Muylaert terá Ayla Gabriela como intérprete de Geni. A obra, vale lembrar, será a primeira adaptação cinematográfica da clássica canção homônima de Chico Buarque.
Geni e o Zepelim segue uma prostituta de uma cidade ribeirinha, localizada no coração da floresta amazônica. Amada pelos desvalidos e odiada pela sociedade local, ela vê sua cidade sendo invadida por tropas lideradas por um tirano, conhecido como Comandante, que chega voando em um imponente zepelim, com um verdadeiro projeto de poder predatório para a região. Ele obriga todos a fugirem rio adentro, onde acabam presos. Porém, quando o Comandante vê Geni, ela percebe que talvez ainda haja uma chance de virar o jogo. Seu Jorge dá vida ao comandante do Zepelim.
O longa, não custa ressaltar, utiliza a mesma referência que Chico usou para compor a música: o conto “Bola de Sebo”, do escritor francês Guy de Maupassant, que narra a história de uma prostituta fugindo da guerra franco-prussiana. Produzido por Iafa Britz, a aposta é assinada pela Migdal Filmes, em coprodução com Paris Entretenimento e Globo Filmes. A distribuição nos cinemas ficará a cargo da Paris Filmes.
Ayla Gabriela ainda é nome a ser descoberto pelo grande público. No cenário cinematográfico, a atriz já se destacou por participar do curta Pássaro Memória, lançado em 2023. Já foi premiada nos festivais de Xerém e Barra Mansa.
Para além das telas, Ayla também atuou no espetáculo Mão de Vaca, de 2024, dirigido por Daniel Passi. Também desenvolveu e atuou na performance Nojo ¥ Deboche, que consistiu em uma ação sobre a urgência do combate à transfobia, feminicídio e racismo. Atualmente, também trabalha na montagem de Hamlet, que será dirigido por Bruce Gomlevsky.
A polêmica em torno do filme Geni e o Zepelim surgiu após a escolha da atriz cisgênero Thainá Duarte para interpretar Geni, uma personagem que, embora não tenha sua identidade de gênero explicitada na canção de Chico, é frequentemente associada a uma mulher trans, especialmente em montagens teatrais e adaptações anteriores. A decisão gerou críticas de artistas e ativistas trans.
Em resposta, Anna Muylaert defendeu a escolha, afirmando que a personagem Geni pode ser interpretada de diversas formas, representando diferentes tipos de marginalização, como uma mulher trans, uma mãe solo ou uma presidenta destituída do poder. Apesar disso, a controvérsia levou à substituição de Thainá, que se pronunciou. Saiba mais sobre o assunto nas matérias abaixo:
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