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Na noite desta quarta-feira, 20, Denise Fraga subiu ao palco do Palácio dos Festivais para apresentar Sonhar com Leões, filme do diretor luso-grego Paolo Marinou-Blanco, que integra a mostra competitiva de longas brasileiros do Festival de Gramado 2025. A sessão reuniu imprensa, convidados e público, marcando a exibição de uma tragicomédia surreal sobre a eutanásia, que mistura comédia, absurdo e drama de maneira delicada. 

A obra, vale lembrar, pode render a Denise um segundo Kikito. Isso porque a atriz já possui uma estatueta do festival. Em 1999, ela venceu a honraria por Por Trás do Pano, como Melhor Atriz.

E Fraga, ainda na quarta, concedeu entrevista exclusiva ao Papo de Cinema, refletindo sobre seu retorno a Gramado, a experiência de interpretar Gilda e o impacto pessoal do filme. Confira! 

DENISE FRAGA

SONHAR COM LEÕES

O longa acompanha Gilda, uma imigrante brasileira vivendo em Lisboa, que enfrenta uma doença terminal. Com apenas um ano de vida pela frente, seu único desejo é partir enquanto mantém sua dignidade e sem dor, desafiando os limites do corpo e da sociedade. A narrativa aborda questões profundas sobre a vida, a morte e a urgência de viver, com humor e sensibilidade, provocando reflexão e emoção no público.

Denise Fraga em Sonhar com Leões
Denise Fraga em Sonhar com Leões

NOSTALGIA E ENCONTRO

Ao relembrar sua passagem pelo festival em 1999, Denise falou sobre a emoção de voltar a Gramado após tantos anos: “naquele ano ganhei meu primeiro Kikito, estava amamentando meu segundo filho e vivendo momentos muito especiais na minha vida e carreira. Hoje, retornar com Sonhar com Leões me traz uma nostalgia imensa, mas também a alegria de apresentar um trabalho que considero um dos mais intensos da minha carreira”, contou.

Ela destacou ainda o encontro com Paolo Marinou-Blanco: “foi um diretor que trouxe uma experiência única. Parecia um curso, uma parceria muito intensa. Quando li o livro original, fiquei impressionada com a forma como ele consegue tratar temas pesados com comédia e absurdo, mas sem perder a emoção. Ele cria um lugar em que você ri e sente ao mesmo tempo, que se torna um espaço muito especial para a atriz e para o público”.

DESAFIO DE ABORDAR A MORTE

Denise também refletiu sobre a complexidade da personagem Gilda e sobre a coragem do filme em tratar da eutanásia: “ela quer morrer para continuar viva de alguma forma. É fascinante, doloroso e profundamente humano. O filme provoca debates sobre dignidade, limites do corpo e escolhas no fim da vida. Perder minha mãe recentemente trouxe uma camada ainda mais real à interpretação. Quando se fala de morte, se fala de vida. E precisamos falar, porque isso nos conecta com a urgência de viver cada instante”.

Ela explicou como a obra mescla comédia e tragédia de forma única: “o Paolo faz comédia no limite do absurdo, mas você não se livra da dor. É o lugar que mais gosto de ocupar como atriz: fazer as pessoas rirem e refletirem, emocionarem-se ao mesmo tempo. A comédia serve para dar leveza a um tema espinhoso, mas sempre carregada de verdade e humanidade”.

Paolo Marinou-Blanco e Denise Fraga no palco do Festival de Gramado 2025
Paolo Marinou-Blanco e Denise Fraga no palco do Festival de Gramado 2025

EXPERIÊNCIA COM O PERSONAGEM

Denise falou sobre a preparação e a relação com o roteiro: “foi um trabalho de descobertas. Nada é automático. O roteiro, a direção, tudo é conduzido com muita sensibilidade, colaboração e abertura para explorar emoções genuínas. Gilda é uma mulher determinada, e minha interpretação precisava acompanhar essa força mental, obstinação e humanidade”.

Ela ainda destacou a conexão com sua própria vida: “o filme me fez revisitar memórias pessoais, minha relação com minha mãe, o luto, e refletir sobre como muitas pessoas vivem ‘mortas’ sem perceber. Gilda me ensinou sobre a urgência da vida, sobre estar presente de verdade e valorizar cada momento. É um trabalho que fala sobre amor, vida e dignidade, e isso é universal”.

O Papo de Cinema segue acompanhando o Festival de Gramado 2025, trazendo entrevistas exclusivas, críticas e reportagens, com cobertura completa dos bastidores e encontros com os artistas.

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Fanático por cinema e futebol, é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Feevale. Atua como editor e crítico do Papo de Cinema. Já colaborou com rádios, TVs e revistas como colunista/comentarista de assuntos relacionados à sétima arte e integrou diversos júris em festivais de cinema. Também é membro da ACCIRS: Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e idealizador do Podcast Papo de Cinema. CONTATO: [email protected]

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