
No final da tarde desse domingo, 27, o Auditório Kadiwéu, em Bonito, no Mato Grosso do Sul recebeu a exibição de Rua do Pescador Nº6 na Mostra de Longas Ambientais do Bonito CineSur 2025. Logo após a sessão, a diretora e atriz Bárbara Paz conversou com os jornalistas sobre os desafios de um projeto filmado “na base do improviso” e sua visão poética diante de um desastre que se repete.
BONITO CINESUR 2025: BÁRBARA PAZ
RUA DO PESCADOR Nº6: SINOPSE
Em Rua do Pescador Nº6, Bárbara reconstrói a trajetória de uma comunidade ribeirinha atingida por enchentes e descaso ambiental. Em preto e branco, o documentário mistura imagens atuais e arquivos de desastres antigos para mostrar que a catástrofe permanece impune – e urgente de ser registrada.

“NÃO TÍNHAMOS DINHEIRO, SÓ VONTADE DE DOCUMENTAR”
Bárbara explicou como reuniu uma equipe pequena para filmar sob condições extremas: “foi um documentário de guerrilha. Não tínhamos parceiro, não tínhamos grana… todo mundo estava sem trabalho. Liguei para a minha produtora em Porto Alegre (Daniela Mazzilli), e ela convocou fotógrafos e técnicos. A gente saiu com EPI, porque as águas estavam contaminadas, e foi para rua mesmo”.
“É SEMPRE A MESMA TRAGÉDIA”
Questionada sobre a repetição de eventos, Bárbara falou do choque ao comparar enchentes passadas e recentes: “quando vi o arquivo da enchente de 1941, percebi que era igual: animais em telhados, pessoas em abrigos. Só mudavam as roupas. Essa agora foi maior, mas é o mesmo ciclo. Só em 2024, o mundo enfrentou mais de 150 desastres climáticos”.

“QUIS MOSTRAR AS PESSOAS, NÃO SÓ O DESASTRE”
No tom mais introspectivo, a cineasta detalhou sua opção por um cinema silencioso, que valoriza o olhar e o som ambiente: “não quis que as pessoas falassem do que aconteceu, quis mostrá‑las. Construí as imagens como um poema: planos longos, silêncio, registros sensoriais. As imagens falam por si; não precisam de legenda”.
“TEM QUE HAVER ESPERANÇA”
Ao comentar a imagem poética do sol refletindo na água, ela tocou na urgência de manter fé no futuro: “tem que haver esperança. Como é que a gente sobrevive sem acreditar que as coisas podem mudar? Como aquele povo acorda no outro dia sem esperança? O sol traça o caminho: antes, ele seca a lama – que não é lixo, são memórias. É uma grande metáfora, porque nenhum diretor de arte criaria algo tão surrealista. É ali, nessa imagem, que vejo a faísca da esperança”.
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