20221021 onu mulheres papo de cinema

Além de palco da exibição de mais de 200 filmes, a 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo também será marcada por uma iniciativa importante visando atingir futuramente igualdade de gênero no audiovisual. A ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas para a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, estará presente no evento convocando todo o setor a assumir o compromisso de ampliar a participação feminina (em toda a sua diversidade) nos diversos departamentos do audiovisual. As produtoras O2 Filmes, Conspiração, Gullane e Pródigo serão as primeiras a celebrar esse importante compromisso, em parceria com o movimento +Mulheres Lideranças do Audiovisual Brasileiro. Para marcar isso, será realizada uma mesa de conversas no dia 28 de outubro, das 17h30 às 18h30, na sala Oscarito, da Cinemateca Brasileira. A ocasião terá a participação de Daniele Godoy, gerente de projetos da ONU Mulheres Brasil; Debora Ivanov, sócia da Gullane e diretora do +Mulheres; Andrea Barata, sócia diretora da O2 Filmes; Renata Brandão, sócia e CEO da Conspiração; e Beto Gauss, sócio-diretor e CEO da Pródigo. A mediação da mesa ficará por conta de Maria Ângela de Jesus, diretora de produção de conteúdo da Paramount.

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Nesse dia, as produtoras citadas assinarão uma carta sinalizando o seu compromisso para igualdade de gênero no audiovisual e convocarão todas as demais a participarem dessa iniciativa fundamental. Do ponto de vista prático, esse compromisso iniciará por um diagnóstico sobre gênero e raça nas equipes do setor audiovisual brasileiro, especialmente em áreas-chave da produção, incluindo as estruturas corporativas e de tomadas de decisão. A partir disso, serão propostas políticas que ampliem o número de mulheres diversas em cargos de liderança. Para se ter uma ideia inicial da disparidade, segundo os mais recentes dados divulgados pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), as mulheres têm de 20% e 25% dos cargos de direção e roteiro. Os dados da agência também apontam que a presença das mulheres negras e indígenas nesses cargos cai para 0% nos longas-metragens. Portanto, a assinatura desse compromisso tem tudo para ser um capítulo importante da luta por um equilíbrio no audiovisual.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.
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