A 3ª Mostra Sesc de Cinema entrou em sua etapa final. Sempre que está prestes a acabar, um evento de cinema, especialmente os que fomentam encontros, começa a gerar uma fina atmosfera de saudade. Embora ainda tenha lenha para queimar, o festival está apontando à sua reta derradeira, e nada melhor para valorizar isso do que a exibição de uma obra-prima lendária do cinema brasileiro. Mas isso é assunto para o encerramento deste artigo. O sexto dia da programação começou com as mesas que discutiram os filmes nordestinos e sudestinos. Já o Sesc Santa Rita, local que se transformou no xodó dos frequentadores das atividades, por sua sala de exibição pequena e acolhedora, foi ocupado com as sessões Segunda Chance, as reprises dos filmes exibidos na praça no dia anterior.
No Cinema da Praça, os panoramas Sul, Nordeste e Centro-Oeste, com destaque para a exibição de Euller Miller Entre Dois Mundos (2019) e Estrangeiro (2019), dois dos longas mais esperados. Paralelamente, seguiram a oficina Cinema Afrofuturista, com Kênia Freitas, e o Laboratório de Trilha Sonora, com Daniel Nunes. Nesta sexta-feira terá início a última das atividades de formação da 3ª Mostra Sesc de Cinema, denominada Cineclubismo, Acervos em Rede, Novas Tecnologias do Cuidado: Curadoria e Compartilhamento como Práticas Pedagógicas, com Gabriel Menotti, cuja ideia é abordar a prática curatorial como motor pedagógico que estimula a exploração dos saberes.
Quanto às já tradicionais mesas temáticas da faixa das 18h, a desta quinta-feira se debruçou sobre as distopias no cinema contemporâneo brasileiro. O Papo de Cinema infelizmente não pôde acompanhar essa programação por conta de conflitos na agenda com as sessões dos longas-metragens no Cinema da Praça. Ficados devendo essa.
Mas a grande vedete desta quinta-feira na 3ª Mostra Sesc de Cinema foi mesmo o Cineconcerto com Limite (1930), de Mário Peixoto. Considerado o melhor filme brasileiro de todos os tempos em recente eleição pela Abraccine, a Associação Brasileira dos Críticos de Cinema, ele surgiu fulgurante na tela da Casa da Cultura com um especialíssimo acompanhamento musical ao vivo. Alguns descreveram a experiência como catártica. Muitos tomaram contato com essa produção vanguardista pela primeira vez e outros tantos se reconectaram com o único trabalho de Peixoto. Ocasião memorável, segundo boa parte dos presentes.
(O repórter viajou a Paraty a convite do evento)
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