Além da ABRACCINE – Associação Brasileira de Críticos de Cinema – que anualmente escolhe os melhores da produção nacional, poucas outras entidades espalhadas pelo país fazem o mesmo. A ACCIRS (Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul), a ACCRJ (Associação dos Críticos de Cinema do Rio de Janeiro) e a ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) são outras que também promovem seus favoritos a cada nova temporada. No entanto, o que todas tem em comum é o fato de escolherem apenas os “melhores filmes”, ou seja, o melhor nacional, o melhor estrangeiro e exceções (a ABRACCINE escolhe ainda o melhor curta, enquanto que a ACCIRS aponta para um destaque estadual, podendo ser uma produção ou uma iniciativa local). Falta, portanto, uma premiação da crítica que seja mais abrangente e detalhada, que reconheça os esforços dos diretores, roteiristas, atores e técnicos. E é nesse espaço em que o Prêmio Guarani se encaixa!

A cada novo ano diversos profissionais e artistas nacionais são apontados como os melhores do país por seus trabalhos no cenário cinematográfico brasileiro. Para muitos deles, esse tipo de reconhecimento é o que os motiva a seguir em frente e envolvidos com a produção da sétima arte no Brasil. Confira a seguir os relatos de alguns dos indicados ao 18° Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro, que selecionou os melhores de 2012:

 

Nossa, fiquei muito impressionado com a indicação. Achei interessante o prêmio retornar e contemplar obras retroativamente. Sorte a minha, não? Ser indicado já é uma premiação por si só. Agora, ser lembrado depois de três anos por Menos que Nada é um prazer sem tamanho. Afinal, este filme me marcou muito pelo resultado que conseguimos com o personagem, pelo desafio deste tipo de construção, pela experiência que me proporcionou ao ser rodado dentro do Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre, o que possibilitou o convívio e a troca com os pacientes de lá. Momento único de enorme grandeza. Agradeço pela felicidade que isso tudo, através do Guarani, ainda hoje me proporciona”.
Felipe Kannenberg, indicado a Melhor Ator por Menos que Nada

 

Até então eu só tinha aparecido em comédias no cinema. A pegada, dessa vez, foi diferente de tudo que já havia feito na minha carreira. A impressão que tenho é que tudo que fiz antes foi um preparo para esse papel. Sempre fui desejosa que meu trabalho pudesse ir mais fundo, investigar o processo de criação de cada personagem. E é por isso que esse filme caiu como uma luva para mim. Veio em um momento em que eu estava pronta, aberta para embarcar nessa viagem”.
Camila Pitanga, indicada como Melhor Atriz por Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios

 

Fiquei extremamente feliz pela indicação de 2 Coelhos a Melhor Montagem no Guarani. Lidar com diferentes estéticas, animação, 3D, interferências gráficas e integrar tudo isso para melhor contar uma história foi um grande desafio”.
Lucas Gonzaga, indicado a Melhor Montagem por 2 Coelhos

 

O Cláudio é um personagem apaixonante, um homem verdadeiramente extraordinário. Foi uma aventura incrível poder descobrir essa figura, conhecê-lo mais de perto. Ela tinha uma personalidade muito complexa, e me vi refletido nele em muitos aspectos. A minha aventura pelo cinema é mais ou menos como a aventura dele pelo interior do Brasil. E estar de novo no Guarani me deixa muito feliz. Já ganhei em duas ocasiões, e um prêmio nada mais é do que reconhecimento pelo nosso trabalho. Nos dá a certeza de que alguma coisa certa a gente fez”.
João Miguel, indicado a Melhor Ator Coadjuvante por Xingu

 

Neste filme eu, enquanto ator, estive numa posição privilegiada que nunca havia vivido antes, com uma incrível possibilidade de poder experimentar tanto. Estávamos em busca do plano perfeito, cada imagem registrada era um novo desafio. Esse era o nosso jogo, e fico muito feliz em receber esse reconhecimento da crítica”.
Gustavo Machado, indicado a Melhor Ator por Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios

 

Febre do Rato foi o segundo filme que fiz com o Claudio Assis, e cada projeto dele é uma experiência única. Quando recebi o convite fiquei com muito medo, porque era responsabilidade demais. E não era um papel qualquer, era o protagonista, o primeiro de um filme do Claudião! Quando percebi isso, ao ler o roteiro, fiquei com muito medo porque sabia do tamanho do desafio. Mas o roteiro do Hilton Lacerda era fantástico, não tinha como não se jogar. Assim você se sente seguro, inclusive para errar. Foi uma experiência incrível. Agora, competir é sempre muito estranho. Estar em um filme que as pessoas veem, comentam e reconhecem é muito bom, e só o fato de ter sido lembrado já é muito mais importante do que ser premiado ou não”.
Irandhir Santos, indicado a Melhor Ator por Febre do Rato

 

Todos os prêmios e indicações que o Disparos recebeu me fizeram acreditar que o filme tinha seu espaço. Foi com muita satisfação que vimos o filme crescer e existir plenamente. Este foi um projeto que me exigiu muito, que me custou muito, dores e felicidades. Então cada nova lembrança que recebemos é um novo ânimo que surge. Estamos muito felizes com o que conseguimos com ele até hoje”.
Juliana Reis, indicada a Melhor Roteiro Original por Disparos

 

Tenho uma história de amor com o Gonzaguinha, ele é o meu maior ídolo da música nacional, o admirava desde pequeno. Por causa dele fui ser primeiro músico, pra depois virar ator. Era muito importante para mim mostrar o meu Gonzaguinha, revelar para o público essa visão que tenho dele, como o via e porque o admirava. Quando fiz o primeiro teste para o filme, já fui fantasiado do personagem. Eu precisava contar essa história, corri atrás de muita gente para conseguir esse papel. Esse é um filme que fala do Brasil, que promove um resgate de dois ícones da nossa música. Aí está sua importância maior, e todo mundo que o viu percebeu isso. Qualquer reconhecimento extra é lucro”.
Julio Andrade, indicado a Melhor Ator Coadjuvante por Gonzaga: De Pai pra Filho

 

O Tropicália é um filme com muitos méritos, mas acredito que a genialidade dos músicos que são os protagonistas dessa história abriram muitas portas e, principalmente, corações. Cada novo prêmio e indicação que o filme recebeu me encheu de orgulho, com muita alegria e emoção. Eu e toda equipe estamos muito felizes com as indicações ao Guarani, principalmente por nos fazer sentir que valeu muito à pena o esforço, a ralação, todo o trabalho que tivemos nesse projeto. Fizemos com amor e muita dedicação, sempre com a ambição de não repetir fórmulas, buscando novas formas de narrar. É muito bom perceber que que tanto o público quanto a crítica notou esse nosso investimento”.
Marcelo Machado, diretor de Tropicália, indicado a Melhor Filme e Melhor Documentário

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