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Sinopse

Desde que o golpe de Dom e Brian no Rio de Janeiro deixou o grupo com US$100 milhões, os heróis se espalharam pelo globo. Mas a incapacidade de voltar para casa e viver em um lar tornou suas vidas incompletas. Enquanto isso, Jobbs esteve perseguindo uma organização de mercenários sobre rodas, um grupo de homens cruéis divididos em 12 países, cujo mentor tem ajuda da destemida Letty, a antiga namorada de Dom, que ele acreditava estar morta. A única maneira de parar este grupo de criminosos é superá-los nas ruas, por isso Hobbs pede a Dom para reunir um grupo de elite em Londres. A recompensa? Perdão a todos eles, para poderem voltar para as suas casas e tornarem suas famílias completas novamente.

Crítica

De maneira impressionante, um dos filmes mais descerebrados da última década conseguiu se firmar como uma franquia de sucesso, chegando agora, apenas 12 anos após o lançamento de Velozes e Furiosos (2001), ao seu sexto capítulo. E Velozes e Furiosos 6 consegue o mérito de talvez ser o mais interessante de toda a saga, compondo uma trama linear e sem muitos acréscimos desnecessários, reunindo todo o elenco original – encabeçado por Vin Diesel e Paul Walker – aliado à acréscimos recentes de peso – Dwayne Johnson, em seu quinto filme apenas em 2013 – e outras novidades curiosas – Luke Evans, que surge como o vilão disposto a unir todos os mocinhos no seu encalço.

O maior acerto parece ter sido mesmo depositar as esperanças nas mãos do diretor Justin Lin, que desde o terceiro episódio assumiu o comando da série e vem melhorando o trabalho – que é voltado, é importante destacar, basicamente aos fãs, que vão ao cinema sabendo exatamente o que irão encontrar – a cada novo filme. E depois da bobagem que fizeram no Rio de Janeiro fake do longa anterior, ninguém deverá sair desapontado dessa vez.

O mais bacana de Velozes e Furiosos 6 é que ele funciona perfeitamente para quem nunca assistiu a qualquer sequência anterior, ao mesmo tempo em que está completamente conectado aos acontecimentos prévios. Isso porque é repleto de cenas de ação, tem diversas corridas automobilísticas alucinantes ainda melhores do que aquelas que fizeram sua fama, muitas explosões e acidentes absurdos – em que praticamente todo mundo sai vivo no final. Por outro lado, desde a apresentação dos créditos iniciais – que recapitula os acontecimentos dos primeiros cinco filmes – até a própria trama, que promove mais uma vez uma nova dinâmica entre os personagens. Se no começo era mocinho (Walker) contra bandido (Diesel) e lá pelas tantas todos se tornam contraventores, agora há uma nova mudança: há um mal pior no pedaço, uma gangue ainda mais ousada, e será por isso que o policial Hobbs (Johnson) terá que pedir a ajuda dos antigos inimigos para que, juntos, possam dar um fim a essa ameaça e ainda descobrir a verdade sobre o desaparecimento – ou não = da antiga companheira vivida por Michelle Rodriguez (que aparentemente fora assassinada em Velozes e Furiosos 4, 2009).

Velozes e Furiosos 6 é ambicioso também em suas cenas de ação, que deixam de lado paisagens locais – como as vistas no Japão e no Brasil anteriormente – e assumem uma escala global – parece até um filme do 007! Começamos em Moscou, vamos à Londres, passamos por Los Angeles e terminamos na Espanha, naquela que talvez seja a maior pista de aeroporto de todo o mundo (os exageros, outra característica sempre presente, dessa vez ganham outra dimensão). Claro que não é filme para todo tipo de espectador, e muita coisa surge sem sentido – a ida para a prisão nos EUA só existe para oferecer um peso à Paul Walker na trama, pois ele não faz praticamente nada no resto da história, ou usar Tyrese Gibson como alívio cômico, que chega a ser constrangedor de tão sem graça, mas nada é pior do que o desperdício que é ver Gina Carano, uma ex-lutadora de MMA, fazer absolutamente nada – e ainda apanhar de Rodriguez!

Ainda assim, há fatos curiosos, como a evolução dos tempos que presenciamos no fato dos dois antagonistas principais serem gays notórios – Vin Diesel passa mais tempo negando rumores sobre sua sexualidade do que escolhendo papéis diferentes, enquanto que Luke Evans dava entrevistas no início da carreira falando do namorado, mas agora que ficou famoso prefere “esquecer” esse passado, ainda que em tempos de internet seja impossível ignorá-lo. Mudanças que não devem afetar em nada o prazer dos fãs, e tornam o projeto como todo mais divertido. E preparem-se, pois será nos últimos segundos, com uma participação muito especial, que ficará tudo amarrado para a sétima parte, já prevista para 2014. Velozes sim, mas não tão furiosos como antes.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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Grade crítica

CríticoNota
Robledo Milani
6
Thomas Boeira
5
MÉDIA
5.5

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