
Crítica
Leitores
Sinopse
Until Dawn: Noite de Terror se passa um ano após o misterioso desaparecimento de Melanie. É quando Clover, irmã da garota, e seus amigos mais próximos partem para o vale remoto onde ela foi vista pela última vez em busca de respostas. Ao explorarem um centro de visitantes abandonado, acabam sendo caçados por um assassino mascarado. Horror.
Crítica
A estrutura é uma velha conhecida dos fãs do gênero: um grupo de amigos chega a uma casa abandonada no meio do nada e, ao se descobrirem presos no local e sem terem para onde ir, dão início a uma jornada de desespero. Eles não estão sozinhos. Há um assassino mascarado no encalce deles, que passa a matá-los, um a um. Até que o último é morto, e tudo isso em menos de vinte minutos de trama. O que resta acontecer, então? Bom, praticamente… o resto inteiro do filme. Em Until Dawn: Noite de Terror, o fim é só o começo. E assim, o diretor David F. Sandberg parte de uma premissa de fácil identificação entre os aficionados dos gênero, para subvertê-la por meio de uma abordagem criativa, ingerindo detalhes pontuais em meio a um contexto de fortes diretrizes. O resultado pode até não ser tão assustador como se poderia imaginar, mas prende a atenção do início ao fim. A média, portanto, é positiva.
Clover (Ella Rubin, vista em Anora, 2024) está em busca de Mel (Maia Mitchell, de Bares, Bolos e Amizades, 2023), que foi dada como desaparecida. Decidida a reencontrar a irmã, parte rumo ao local onde a jovem foi vista pela última vez. Junto com ela estão o ex-namorado, Max (Michael Cimino, o ator de Com Amor, Victor, 2020-2022, e não o oscarizado – e já falecido – diretor de O Franco Atirador, 1978), a amiga sensitiva, Megan (Ji-young Yoo, de O Céu Está em Todo o Lugar, 2022), e o casal de amigos Nina (Odessa A’zion, do novo Hellraiser: Renascido do Inferno, 2022) e Abe (Belmont Cameli, do recente The Alto Knights: Máfia e Poder, 2025). É interessante como cada um, mesmo que rapidamente, consegue ir além do estereótipo. Por exemplo, a garota comprometida não hesita em trocar o namorado pelos amigos. A que afirma pressentir espíritos é a primeira a se sentir afetada pelo lugar. O rapaz que deseja reconquistar a amada mantém-se fiel a esse intento, mesmo que se veja obrigado a a assassiná-la. Em conjunto, descobrirão como sobreviver. Independente de quantas vezes tenham que morrer até lá.
Se isso parece um jogo, é porque, de fato, é. Trata-se da adaptação de um videogame da Playstation lançado em 2015. Porém, ao contrário do que se tem visto em The Last of Us (2023-2025), ocupado em se mostrar uma transposição fiel dos games, Until Dawn: Noite de Terror explora outro conceito ao propor uma história original, ainda que ambientada no mesmo universo. As referências e percepções estão todas lá. O início e, principalmente, o fim ao qual os personagens se encaminham, no entanto, se pretende diferente. Para tanto, há uma diretriz dita logo no início: “ou você vence a noite, ou se torna parte dela”. A cada “nova vida”, digamos, os efeitos da morte anterior acompanham os personagens. Assim que entendem isso, descobrem que não há muito tempo a perder. Afinal, eles próprios não querem se transformar em um dos tantos monstros que agora estão lhes caçando.
Após os tropeços no Universo Estendido DC – foi responsável pelas duas aventuras cômicas do Shazam – Sandberg promove uma volta às origens com esse trabalho. Afinal, estreou com o bem-sucedido Quando as Luzes se Apagam (2016), e na sequência esteve envolvido com Annabelle 2: A Criação do Mal (2017). Ou seja, alguma coisa ou outra sobre sustos, medos à flor da pele e mortes com sangue e vísceras à mostra ele entende. Until Dawn: Noite do Terror não tenta ser mais do que é, e naquilo a que se propõe, resulta em um conjunto eficiente e atento ao público ao qual se dirige. As regras são claras, e acompanhar cada uma das figuras em seus erros e acertos é tão ou mais divertido do que se o próprio espectador estivesse no controle da ação. Pouco mais do que isso poderia se esperar, visto a natureza na qual se baseia. Ou seja, missão cumprida. Ao menos até o raiar de um novo dia (ou uma inevitável sequência).
PAPO DE CINEMA NO YOUTUBE
E que tal dar uma conferida no nosso canal? Assim, você não perde nenhuma discussão sobre novos filmes, clássicos, séries e festivais!


Últimos artigos deRobledo Milani (Ver Tudo)
- Caos e Destruição - 28 de abril de 2025
- Homem com H - 28 de abril de 2025
- 12.12: O Dia - 26 de abril de 2025
Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 7 |
Ailton Monteiro | 6 |
Francisco Carbone | 7 |
MÉDIA | 6.7 |
Deixe um comentário