Crítica


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Sinopse

Um grupo de jovens vai passar o final de semana no Golfo da Louisiana, mas a viagem se torna um pesadelo quando tubarões começam a atacar nas redondezas da propriedade em que eles estão alojados.

Crítica

O que falar de Terror na Água além de que é muito, mas muito, mas muito mesmo, ruim? É daqueles filmes que extrapolam tanto o nível de ruindade que correm o sério risco de chegarem a ser bons. Sabe aquele tipo de prazer culposo, daquilo que se gosta mas não se tem coragem de admitir? Pois então, é isso mesmo. A história não faz o menor sentido, os atores inexistem – o que importa aqui é o belo físico e um sorriso reluzente e não as capacidades dramáticas de cada um – e os efeitos são tão clichês que chegamos a nos contorcer de vergonha alheia. Mas, por outro lado, nem um dos envolvidos – em ambos os lados da tela – esperam encontrar por aqui trabalhos dignos de um Oscar. Assim, o melhor mesmo é relaxar e se tentar se entreter. E aquele que deixar a lógica de lado e for abastecido de muita pipoca e refrigerante até poderá encontrar um ou outro momento de diversão. Mas não crie muitas expectativas: é bem como descrito. Na maior parte do tempo, no entanto, o que temos são bocejos e o mais puro tédio.

É curioso perceber um resultado tão aquém do esperado de uma obra assinada por David R. Ellis, realizador dos divertidos e intensos Celular (2004) e Serpentes à Bordo (2006). Aqui, por outro lado, ele parece mais preocupado e entregar algo raso e ligeiro feito às pressas apenas para contabilizar em cima do momento em que as produções em 3D seguem faturando em excesso – um fenômeno que tem tudo para acabar rapidamente, justamente por causa de engodos como esse. Sem conteúdo nem uma mínima preocupação em produzir algo digno da atenção despertada, temos como resultado a triste constatação de perceber a quão baixo pode ter ido parar a ideia lançada quase quarenta anos atrás pelo gênio Steven Spielberg com o seu Tubarão (1975). Qualquer eventual comparação entre estes dois longas chega a ser ofensiva.

Por mais esfiapada que seja, há uma trama por trás de Terror na Água. Portanto, vamos à ela: Sara (Sara Paxton, de Aquamarine, 2006) convida os amigos Nick (Dustin Milligan, de Seres Rastejantes, 2006), Beth (Katherine McPhee, de A Casa das Coelhinhas, 2008), Blake (Chris Zylka, de O Espetacular Homem-Aranha, 2012), Gordon (Joel David Moore, de Avatar, 2009) e Malik (Sinqa Walls, de 15h17: Trem Para Paris, 2018) para passar o fim de semana em sua casa do lago. No caminho encontram o ex-namorado da moça (Chris Carmack, de Efeito Borboleta 3, 2009), ainda amargurado pelo rompimento. O que os jovens não sabem é que o apaixonado abandonado decidiu curar a rejeição criando tubarões em frente à residência da família dela, e que ela e seus convidados deverão ser os aperitivos da criação selvagem.

Tudo é tão fajuto e artificial em cena que mesmo os risos mais espontâneos serão raros diante tamanho amadorismo. E apesar do orçamento ter sido de US$ 25 milhões, Terror na Água não conseguiu cobrir os próprios custos na bilheteria norte-americana. Um sinal de quem nem toda presepada tem final feliz. E quando nos encontramos diante de um produto cuja sua maior qualidade é a curta duração – cerca de 90 minutos – é mais do que suficiente para que os sinais de alerta estejam bem acendidos.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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