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Sinopse

Didi, Dedé e Mussum trabalham como guardas florestais. Eles ajudam contra a ação de contrabandistas na Amazônia. Enquanto combatem os serralheiros ilegais, os Trapalhões se deparam com a mítica fonte da juventude.

Crítica

Segundo filme realizado sem a presença de Zacarias, e o último com Mussum, Os Trapalhões e a Árvore da Juventude é um trabalho alinhado ao que poderíamos esperar da querida trupe de humoristas. Se apresentando como um típico exemplar de aventura, o longa de José Alvarenga Jr. (em sua quinta e última parceria com Renato Aragão e companhia) traz o humor tipicamente ingênuo e pastelão dos Trapalhões, ao mesmo tempo em que os coloca em grandes enrascadas, num pacote que busca divertir o público e passar uma mensagem relevante, no final das contas. Isso acontece eficientemente, ainda que este não seja um dos exemplares mais memoráveis da longeva série de filmes que o grupo protagonizou.

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Escrito por Paulo Andrade e Mauro Wilson a partir do argumento concebido por Renato Aragão, Os Trapalhões e a Árvore da Juventude coloca Didi, Dedé e Mussum como guardas florestais na Amazônia, buscando evitar que qualquer mal ocorra à região e aos animais. É então que eles se veem enfrentando os contrabandistas liderados pelo americano Dr. Stone (John Stanley), tendo para isso a ajuda da engenheira Juliana (Cristiana Oliveira). Mas, em meio a isso, o trio bebe a água da Árvore da Juventude, que os faz voltar a ser jovens, o que acaba sendo um obstáculo a mais na luta com os contrabandistas.

Esse aspecto, na verdade, é a única função da Árvore da Juventude, já que no restante do tempo ela é um elemento de importância mínima para a história. Ao invés de concentrar o enredo em volta disso, o roteiro prefere manter seu foco em mostrar que a preservação da natureza é algo importante, uma mensagem extremamente óbvia, mas que surge na tela de maneira divertida, graças às situações em que o trio principal se mete no decorrer da narrativa. Ver Didi colocar um curativo em uma árvore cortada, por exemplo, é o tipo de detalhe que traz certa doçura ao filme, tornando-o uma aventura que constantemente leva o espectador a abrir um (ainda que pequeno) sorriso.

Enquanto isso, José Alvarenga Jr. constrói uma narrativa ágil, conduzindo as pontuais cenas de ação com segurança, merecendo destaque nesse sentido uma perseguição de barcos e o terceiro ato, situado em um armazém. No entanto, a maior parte da diversão do filme é proporcionada mesmo por Didi, Dedé e Mussum, que exibem naturalmente a bela dinâmica desenvolvida ao longo dos anos, causando bons risos com as brincadeiras que fazem uns com os outros, como na cena da foto no telescópio. Aliás, considerando que o trio funciona tão bem, não é à toa que o longa perde forças em sua segunda metade, quando eles são substituídos por Carlos Loffler, Eduardo Monteiro e Lui Mendes, que fazem as versões mais jovens dos personagens, mas sem o mesmo brilho, por mais esforçados que os atores sejam.

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Os Trapalhões e a Árvore da Juventude pode ser considerado uma pequena festinha, levando em conta que ele foi feito com o intuito de comemorar os 25 anos dos Trapalhões. Mesmo ficando longe de ser um filme perfeito, é capaz de deixar marcas satisfatórias tanto no público infantil quanto no adulto que cresceu rindo das peripécias do grupo.

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é crítico de cinema, formado em Produção Audiovisual na ULBRA, membro da SBBC (Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos) e editor do blog Brazilian Movie Guy (www.brazilianmovieguy.blogspot.com.br). Cinema, livros, quadrinhos e séries tomam boa parte da sua rotina.
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