Crítica


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Sinopse

Jovem casal que mora numa casa afastada no subúrbio passa a ser aterrorizado por três assaltantes mascarados. Para sobreviver, eles serão capazes de coisas que jamais imaginavam.

Crítica

Os Estranhos é um filme... hã... estranho! Não é muito diferente de tantas outras produções do gênero, mas consegue uma eficiência bastante singular – você realmente vai ficar angustiado diante esta história de terror gratuito e misterioso! Tudo começa muito calmamente, de forma até inocente, e por instantes temos a impressão que estamos na sala errada, que o filme em questão é só um drama romântico, nada mais. Porém, quando o enredo finalmente avança na direção prometida, o medo será por vezes inacreditável. E por fim comprova-se de vez que nada é mais assustador do que o desconhecido.

Liv Tyler e Scott Speedman são um casal em crise. Os dois chegam, no meio da madrugada, na casa de campo da família dele. Aquela noite tinha tudo para ser especial – ele preparara tudo para pedi-la em casamento, porém ela recusou a proposta. Ele está triste e frustrado, ela não sabe o que fazer. Os dois estão discutindo no momento em que alguém bate à porta. É uma garota, perguntando por uma provável amiga. Aparentemente foi um engano, mas poucos minutos depois a moça está de volta. E mesmo após ter sido mandada embora, ela continua ao redor. Porém logo o casal irá perceber que a estranha não está sozinha, e que com ela estão mais duas pessoas, um homem e uma mulher. E os três irão atormentá-los a noite inteira, entrando e saindo da casa inexplicavelmente, mexendo com os nervos deles até o ponto de não agüentarem mais. E isso será somente o começo de uma tragédia ainda mais atordoante.

Trabalho de estréia na direção de Bryan Bertino, Os Estranhos conta basicamente com o desempenho dos dois protagonistas, com uma trilha sonora acertada e uma edição cuidadosa, que sabe o que mostrar, e quando. Os agressores, por exemplo, em nenhum momento vemos os rostos deles – estão sempre com máscaras – e poucas vezes temos oportunidade de ouvirmos suas vozes. Tyler, com sua voz rouca e quase suspirando, está perfeita para o desespero necessário. Já Speedman é frágil e viril ao mesmo tempo, encaixando-se com exatidão ao tipo que lhe é exigido. Os formam uma dupla com química e que funciona muito bem – nós realmente nos sentimos ao lado deles, como se também estivéssemos passando pelo mesmo pesadelo.

Eficiente também nos resultados, Os Estranhos faturou, só nas bilheterias norte-americanas, mais do que cinco vezes o seu orçamento, que foi de aproximadamente US$ 10 milhões (valor baixo para uma produção hollywoodiana). Econômico e assustador, o filme cumpre a contento o que promete, mostrando-se a altura das expectativas que levanta. E como cinema também pode ser diversão despreocupada, às vezes tudo o que queremos é brincar com nossa adrenalina e levar uns bons sustos. Se este for o caso, este é o filme.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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