Os Banhistas
Crítica
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Sinopse
A economia entrou em colapso. Entre os afetados está a adolescente rebelde Flavia Martin, e seu vizinho, um homem maduro de costumes rígidos. Ambos precisam aprender a viver nesses tempos cada vez mais difíceis.
Crítica
Assistir a filmes latinos traz um sabor especial para o público brasileiro. Seus dramas são muito próximos aos vistos em nossa realidade, mas ao mesmo tempo se tem um olhar estrangeiro sobre os assuntos. Um exemplo disso é o enredo do mexicano Os Banhistas, que poderia acontecer em qualquer cidade de médio ou grande porte do Brasil.
A universitária Flavia (Sofia Espinosa, que também é uma das roteiristas do longa) precisa sair do apartamento onde mora para a chegada de novos inquilinos. Depois de procurar abrigo em alguns lugares, consegue refúgio no apartamento do vizinho Martin (Juan Carlos Colombo, de Cantinflas, 2014). Ele acaba de ser demitido da loja onde trabalhou por décadas e procura novas fontes de renda.
Além do desemprego de Martin, as questões sociais estão na situação de Flávia, cuja faculdade está em greve, e na frente do prédio onde os protagonistas moram. A rua está ocupada por manifestantes que acampam por ali e o som de suas reivindicações vaza para dentro dos apartamentos, o que se torna a trilha de Os Banhistas.
O roteiro é marcado por uma economia quase minimalista: sabemos muito das personalidades das figuras em cena apenas por pistas implícitas. Fica claro para o espectador que Flavia é uma jovem mimada, que abusa do jogo de sedução para conseguir seus objetivos. Por sua vez, Martin é um viúvo solitário e amargurado, que não se permite se afeiçoar de novas pessoas – pelo menos até a chegada da inquilina.
A economia do texto de Os Banhistas segue até seu desfecho. O roteiro dá conta de fechar os conflitos de seus personagens principais e secundários de maneira simples, mas totalmente satisfatória e sem forçar soluções. Novamente, as pistas dão cabo de narrar os ocorridos e salientar as transformações pelas quais aquelas pessoas passaram.
Com uma proposta tão comedida, é evidente que o filme desperta discussões após a sessão. Seja para especular o que se passa com os personagens, ou para debater os subtextos sociais do roteiro; as conversas provam o triunfo do nobre objetivo da produção.
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