Crítica
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Sinopse
Crítica
Orgulho e Preconceito não nega suas raízes como mais um romance da escritora inglesa Jane Austen adaptado para o cinema, assim como o elogiado Razão e Sensibilidade (1995). Ao contrário do sarcástico As Patricinhas de Beverly Hills (1995), que modernizava a trama de Emma (1996), o longa dirigido por Joe Wright segue estritamente as diretrizes da obra literária. Nem por isso, no entanto, deixa de encantar e surpreender. É um trabalho cujos méritos são evidentes, e talvez o maior deles seja a imensa empatia que cria de imediato com o público.
A primeira versão de Orgulho e Preconceito levada às telas data de 1938. Desde então, contam-se mais de uma dezena de obras baseadas neste mesmo texto – é o mais popular de todos os escritos por Austen. Então, qual a diferença desta versão? Talvez o rigor técnico, refletido nas indicações ao Oscar nas categorias de Direção de Arte, Figurino e Trilha Sonora, por exemplo. Mas é provável que o melhor esteja na mão segura de Wright, que após alguns trabalhos na televisão chega ao cinema de forma auspiciosa (ganhou o Bafta de Melhor Realizador Estreante). Ele consegue imprimir o ritmo certo ao enredo, sem exagerar no melodrama e nem resvalar no caricatural. O cineasta evita ainda exageros comuns ao gênero, como o deslumbre pelos cenários, refletindo a época ambientada, ou floreios em demasia que situam – e aborrecem – o espectador numa condição histórica que pouco interessa àqueles preocupados apenas com o desenrolar dos acontecimentos.
Outro fator importante é a presença de Keira Knightley, indicada ao Globo de Ouro e ao Oscar por sua performance. Apesar das limitações artísticas que possui, a atriz demonstra ter mais do que o rostinho bonito explorado nos filmes da saga Piratas do Caribe. Keira havia se esforçado para fazer jus a este talento em trabalhos que não obtiveram o resultado esperado, como Camisa de Força (2005) ou Domino (2005). Aqui, porém, encontrou quem a direcione no caminho certo, exigindo dela na medida que consegue retribuir. Seu carisma, graça e delicadeza atendem aos anseios vividos pela protagonista Elizabeth Bennet, uma jovem que precisa urgentemente se casar para manter a condição sócio-econômica familiar, mas que se recusa se submeter a um engajamento meramente comercial. Ela acredita no amor, e lutará bravamente por este sentimento, mesmo que enfrente, no percurso, como o próprio título afirma, tanto o orgulho quanto o preconceito dos outros.
Estas inquietações irão se manifestar na presença do rico e esnobe Mr. Darcy (Matthew Macfadyen, aqui em seu primeiro papel de destaque, atendendo bem às expectativas). A atração entre os dois será instantânea e mútua, mas os empecilhos no caminho também não serão poucos. Enganos, confusões, mal-entendidos e outras complicações aparecerão até o inevitável final feliz. Não que isso seja uma grande surpresa, afinal. Pois é melhor não se deixar enganar pelas aparências: Orgulho e Preconceito pode ter pompa e circunstância, mas não é mais do que uma simpática comédia romântica, como tantas outras que a toda hora chegam às telas. Se consegue se destacar são por outros fatores do conjunto, além do argumento em si. E estes, agradavelmente, cumprem seu papel a contento.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 7 |
Francisco Carbone | 6 |
Chico Fireman | 8 |
Diego Benevides | 6 |
Bianca Zasso | 8 |
Matheus Bonez | 8 |
MÉDIA | 7.2 |
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