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Sinopse
Após ser raptado e mantido encarcerado por mais de 15 anos, um homem coloca em ação seu plano de vingança.
Crítica
Hollywood tem dessas coisas: refilmar uma obra icônica e importante sem muito propósito. Quando a produção é de outro país, na maioria das vezes o motivo por trás dessa atitude é o fato de os americanos não gostarem de ler legendas. O que nos traz a obra-prima sul-coreana Oldboy (2003), do diretor Park Chan-wook, que é sem dúvida uma das melhores produções da década passada. Exatos dez anos após seu lançamento, o filme ganha uma versão em inglês pelas mãos de um cineasta de renome: Spike Lee. Mas o resultado, infelizmente, não é um trabalho que possamos colocar na lista de boas refilmagens.
Escrito por Mark Protosevich, Oldboy: Dias de Vingança (subtítulo desnecessário, mas enfim) mostra Joe Doucett (Josh Brolin), executivo que dá mais atenção ao trabalho e a bebida do que para a própria família, em especial sua filha, Mia. É então que ele é sequestrado e levado para um quarto isolado, ficando preso em cativeiro durante 20 anos. Nesse meio tempo, se torna o principal suspeito do assassinato da ex-esposa. Ao ser solto, busca vingança e tenta descobrir quem foi o responsável por seu aprisionamento, querendo no processo reencontrar a filha e provar sua inocência. Para tanto, ganha a ajuda da enfermeira Marie Sebastian (Elizabeth Olsen).
Algo possível de se perceber inicialmente é que Spike Lee tem calma no desenvolvimento da história. No entanto, ao longo da narrativa isso desaparece, pois o roteiro termina por se revelar bastante esquemático, fazendo com que determinados acontecimentos ocorram de maneira muito forçada (e um dos vários méritos do filme original é exatamente o fato de conseguir encaixar as peças de sua história com grande naturalidade). Sem falar que em alguns momentos vemos coincidências clichês, como quando um personagem se salva de uma tortura por que um celular toca bem na hora. Por fim, a história em si fica enrolada demais, o que deixa a investigação de Joe pouco envolvente, um problema ainda mais grave por este ser o fio condutor da trama.
Outro ponto decepcionante é a ausência de personalidade, o que é até uma surpresa por não ser algo que se espera de alguém como Spike Lee. De vez em quando percebemos alguns elementos diferentes, mas no geral ele não se arrisca e busca tudo o que havia dado certo no original. Só que acaba fazendo isso sem o mesmo brilho, seja na cena de luta feita em um longo plano sem cortes ou na reviravolta que acontece no terceiro ato. Assim, é difícil assisti-lo sem a sensação de que Lee, na verdade, fez uma cópia mal acabada do original.
Encabeçando a produção, Josh Brolin se destaca ao encarnar o protagonista com intensidade, retratando bem a determinação e o jeito por vezes insano do sujeito. Já Olsen (a irmã talentosa das gêmeas Mary-Kate e Ashley) oferece carisma para Marie, mas o romance da personagem com Joe não funciona tão bem, parecendo óbvio desde o início. E enquanto Michael Imperioli (um ótimo ator, mas que raramente aparece em bons papéis) é desperdiçado como Chucky, o melhor amigo do protagonista, Samuel L. Jackson claramente se diverte como Chaney, homem responsável pelo local utilizado como cativeiro e que até ganha mais espaço na tela do que o necessário. Fechando o elenco, Sharlto Copley não chega a fazer de Adrian um vilão interessante, investindo em uma composição que beira a caricatura. Sua última cena chega a ser motivo de risos de tão artificial.
Com poucos momentos de maior inspiração (como as transições de cena envolvendo certos flashbacks no fim do segundo ato), este Oldboy dificilmente conseguiria se equiparar ao original. Mas poderia ter rendido ao menos um filme satisfatório, considerando a história que tinha em mãos e os bons nomes entre os envolvidos. Não foi o ocorreu, e o mais triste com relação a uma refilmagem desnecessária por natureza é vê-la simplesmente confirmar sua irrelevância.
Grade crítica
Crítico | Nota |
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Thomas Boeira | 4 |
Francisco Carbone | 3 |
Chico Fireman | 3 |
Bianca Zasso | 2 |
MÉDIA | 3 |
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