Crítica

Filmes que envolvem o processo musical, como o recente O Som do Coração, não são novidade no cinema: contos sobre a menina pobre que venceu no mundo da música são praticamente padrão a cada intervalo de cinco ou seis anos, ninguém mais aguenta assistir...

Bem, aqui está mais uma divagação sobre o mesmo tema, só que dessa vez com pequenas variações. A personagem central, uma violoncelista de Nova Iorque, interpretada por Keri Russell, tem que batalhar contra seus demônios pessoais e vencer traumas para retornar à vida musical. A atriz já tem em seu currículo o perfil de papéis chorosos, basta lembrar do seriado protagonizado por ela, Felicity.

Isso é o básico, mas a diferença fica no seguinte: Lyla conheceu Louis, vocalista de uma banda de rock que passava por NY quando a menina ainda era nova e um prodígio musical. Tiveram uma noite romântica que até poderia ter virado um belo relacionamento, não fosse o pai da moça, figurão importante que não apenas proibiu a relação como também “deu um jeito” na gravidez acidental da menina. Sem aceitar toda essa interferência, Lyla largou tudo e mudou de vida. E é aí que as coisas tomam um novo rumo.

Somos apresentados a Eddie, papel do genial Freddie Highmore, que foge de um orfanato para procurar por seus pais e ainda encontrar no caminho um dom musical inexplicável. O menino acaba indo parar nas ruas de NY e nas garras de Wizard, interpretado pelo uma vez excelente Robin Williams, um vagabundo que explora crianças com talentos extraordinários em troca de alguns trocados.

Em O Som do Coração, o sucesso em questão não é o de uma carreira, mas o de uma vida interrompida que deve ser retomada, uma relação familiar que poderia ter seguido calmamente e foi impedida. A história é um pouco extraordinária demais, mas tudo bem, vamos dar uma chance e dizer que o raio poderia cair mais de uma vez nessa família separada. Seguindo essa lógica, até dá pra achar o filme um pouco interessante, mas mesmo assim não passa de um conto de fadas moderno hollywoodiano.

Não vou entrar nos méritos, mas com certeza essa história tinha um potencial para ser pelo menos um pouco mais realista. Eu diria que cada um sabe das escolhas que faz, não é mesmo? Pena que esse pessoal fez as escolhas erradas!

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar
Jornalista, trabalha na indústria da moda e entretenimento. Após experiências em renomadas agências internacionais como Ford Models e Marilyn Agency, atualmente está na Elite Models, em Nova York, Estados Unidos. Como jornalista produziu matérias de capa para revistas como Vogue, L'Officiel, Empório e Spezzato e para o site de estilo de vida brasileiro IG Gente. Aqui o autor pretende mostrar o seu ponto de vista sobre o que acontece no mundo da sétima arte em terra estrangeira.
avatar

Últimos artigos deGabriel Rocha (Ver Tudo)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *