Crítica


9

Leitores


10 votos 7.4

Onde Assistir

Sinopse

Mufasa e Sarabi apresentam ao reino o herdeiro do trono, Simba. O recém-nascido recebe a bênção do sábio babuíno Rafiki, mas ao crescer é envolvido nas artimanhas de seu tio Scar, o invejoso e maquiavélico leão que planeja se livrar do sobrinho e tomar o trono para si.

Crítica

Como trazer um conto de proporções e intensidade shakespeariana para o universo das animações, de forma que falasse com crianças e adultos e ainda resultasse num sucesso comercial? Foi esse o desafio assumido pelos estúdios Walt Disney a realizar o que se tornaria um dos seus maiores clássicos em todos os tempos: O Rei Leão.

A trama conta a história de uma intriga palaciana. Mufasa conduz um reinado de justiça e fartura, mas está sob a ameaça da inveja de seu irmão mais novo, Scar, que sempre quis o trono. Usando seu próprio sobrinho, Simba, como isca, o vilão traça um plano para matar o irmão e assumir o reino. Só faltou dizer que estes personagens são leões e a savana africana é o reino onde tudo se passa. E foi assim que "Shakespeare" virou desenho animado.

A ideia foi tão revolucionária na época e influenciou tanto a ficção, tanto infantil quanto adulta, que hoje a trama parece corriqueira, ofuscando o real significado e caráter de ruptura que ela teve em seu lançamento. Qualquer pessoa por volta dos 30 anos deve se lembrar de ter se emocionado quando criança com a morte de Mufasa, uma das primeiras "perdas" pela qual essa geração passou. "Hakuna Matata" também virou bordão e ainda hoje respinga na cultura pop.

Mas para além de sua influência cultural, o filme tem seus méritos cinematográficos, que não podem ser esquecidos. A animação, que usa a técnica tradicional da Disney ("lápis, papel e tinta") combinada a alguns programas de computador, foi uma das mais grandiosas da época, e ainda hoje impressiona em algumas cenas, seja pela composição visual e as cores, seja pela forma quase orgânica com que os ambientes e personagens se movimentam pela tela. Mérito dos diretores Roger Allers e Rob Minkoff, que ainda orientam um interessantíssimo design de produção que "veste" animais e ambientes com padrões e cores das culturas centro-africanas. O trabalho é tão arrojado nesse sentido que inspirou Julie Taymor em sua direção da adaptação do filme para os palcos, transformando leões e hienas em tribos com máscaras rituais e tudo.

E se o musical foi lembrado, é importante atentar que, também no filme, a música é importante. Enquanto a trilha original de Hans Zimmer dá o tom épico que o longa merece, as canções de Elton John se tornaram inesquecíveis nos mais diversos idiomas.

Considerado por muitos como o maior filme de animação da Disney, O Rei Leão detém também uma das maiores bilheterias da história do cinema, catapultando o filme para a posição de uma das obras obrigatórias para qualquer pessoa que se interesse por arte e cultura. Um épico inesquecível sobre família, poder, redenção, amor e a natureza. Inclusive a humana.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar
é jornalista, mestre em Estética, Redes e Tecnocultura e otaku de cinema. Deu um jeito de levar o audiovisual para a Comunicação Interna, sua ocupação principal, e se diverte enquanto apresenta a linguagem das telonas para o mundo corporativo. Adora tudo quanto é tipo de filme, mas nem todo tipo de diretor.
avatar

Últimos artigos deDimas Tadeu (Ver Tudo)

Grade crítica

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *