Crítica
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Sinopse
Dois irmãos estão traumatizados pela morte misteriosa dos seus pais. Tim e Kaylie lidam de modos diferentes com a situação. Ao sair de uma instituição psiquiátrica, Tim acredita que a tragédia familiar está num espelho.
Crítica
Produção genérica que se saiu surpreendentemente bem nas bilheterias norte-americanas, O Espelho é a adaptação em longa-metragem do curta Oculus: Chapter 3 – The Man With the Plan (2006), também escrito pela dupla Jeff Seidman e Mike Flanagan e dirigido por este último. E ao se assistir ao filme exibido nos cinemas percebe-se com clareza a fragilidade dessa estrutura dramática, pois o que temos é um enredo limitado que é estendido ao máximo para cumprir uma metragem mínima de 100 minutos. Dessa forma, situações se repetem, enquanto que a edição faz uso de desnecessários flashbacks para oferecer uma luz a uma história prévia ligada aos fatos presentes que apenas reiteram o que está para acontecer, sem oferecer nenhum diferencial à narrativa. Longe de ser um produção marcante no gênero, deve funcionar somente entre os mais aficionados por este estilo de cinema.
O filme começa com Tim (Brenton Thwaites, o Príncipe de Malévola, 2014) sendo liberado do instituto psiquiátrico no qual esteve internado nos últimos anos. Ao mesmo tempo, acompanhamos Kaylie (Karen Gillan, de Guardiões da Galáxia, 2014), a irmã do rapaz e uma determinada corretora de antiguidades. Em um leilão, sua empresa arremata um antigo espelho ornamental, pelo qual ela guarda interesse especial. Os dois irmãos se reencontram e, ainda que o rapaz tenha uma certa resistência, partem juntos para a casa de sua infância com a intenção de cumprirem um antigo pacto feito por eles: destruírem o diabólico objeto pois, segundo pesquisas dela, ele seria responsável pela morte de mais de duas dezenas de pessoas nos últimos séculos – inclusive as dos seus pais.
A partir desse momento, O Espelho se resume a essa mesma cena: os dois protagonistas trancafiados dentro casa, aguardando que algo de sobrenatural aconteça. Paralelamente, acompanhamos o incidente que deu origem ao trauma por eles experimentado. Quando ainda eram crianças e se mudaram para a nova residência, o pai (Rory Cochrane, de Argo, 2012) adquire esse espelho e o coloca na parede de seu novo escritório. Em seguida, pessoas estranhas são vistas na casa, vozes desconhecidas estarão por todos os cantos e os moradores começaram a ter atitudes estranhas – principalmente a mãe (Katee Sackhoff, de Riddick 3, 2013), a primeira a enlouquecer. Na tentativa de se protegerem, os filhos acabam envolvidos diretamente no assassinato dos pais, um peso sobre o qual recai a dúvida a respeito de suas motivações: sinceras ou movidas por alucinações inexplicáveis?
A despeito das atuações modorrentas – a intérprete de Kaylie é particularmente enfadonha – e do enredo que só oferece perguntas, sem nenhuma lógica por trás de suas respostas, O Espelho conseguiu ser hábil o suficiente em seu marketing para atrair a atenção daqueles espectadores mais interessados por este tipo de trama. Com um orçamento de apenas US$ 5 milhões – ridículo para os padrões hollywoodianos – conseguiu arrecadar mais de oito vezes este valor junto ao público. Exibido pela primeira vez na sessão ‘Midnight Madness’ (numa tradução literal, ‘Loucura da Meia-Noite’) do Festival de Toronto, acabou ficando em segundo lugar na votação popular. Reflexo exato a quem a obra se dirige – e, mesmo assim, sem o efeito exato esperado. Descartável.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 3 |
Ailton Monteiro | 8 |
MÉDIA | 5.5 |
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