Crítica

No mundo vivemos cercados de milhões de pessoas que não conhecemos, não sabemos de onde vieram ou para onde vão. E, em meio a todas essas milhares de redes de seres humanos desconhecidos, existem centenas de pessoas com habilidades indescritivelmente incríveis. São pessoas que realizam coisas que nem sequer passam pelas nossas cabeças no dia a dia. Passamos por elas no meio da rua, estamos atrás delas na fila do supermercado, viajamos por horas ao lado delas dentro de um avião e nem nos damos conta. São pessoas que vivem suas vidas tão normalmente quanto eu e você, mas que também realizam coisas maravilhosas.

Assisti há um tempo um documentário lindo e genial. Lembro que fiquei profundamente emocionado quando terminei, pois nunca tinha passado pela minha cabeça que tal coisa existisse ou sequer fosse possível. Man on Wire (O Equilibrista, no Brasil, já em dvd) conta a história de Philippe Petit, um equilibrista que faz travessias em cabos de aço em lugares inesperados. Ele não apenas cruzou as torres de Notre Dame ou a Sydney Harbour Bridge, mas realizou também algo que pra mim é simplesmente impensável: cruzou o espaço entre as duas torres gêmeas do World Trade Center, quando elas ainda existiam!!! Desculpem-me os incrédulos ou aqueles que vão dizer que nem é tão impressionante assim: esse homem executou um fato inacreditável, há mais de trinta anos! Sem que nenhuma autoridade soubesse e sem proteção nenhuma, cruzou aquele cabo há milhares de metros de altitude mais de vinte vezes, deitou, levantou, foi e voltou sob o olhar incrédulo dos transeuntes e mais ainda dos policiais que o esperavam dos dois lados, em cada uma das torres, para levá-lo direto pra cadeia!

O que esse homem fez foi simplesmente de arrepiar! Em momento algum achei que ele fosse se dar mal, mas a simples idéia de uma pessoa executar uma coisa dessas por pura paixão e desejo já me deixa assombrado! Esse homem carregou dentro de seu coração o desejo de cruzar o espaço entre essas torres antes mesmo de elas existirem, dormiu e acordou dia após dia pensando como poderia fazer algo desse tamanho. Esse é, senhoras e senhores, um homem admirável. Como ele, muitos são heróis pra mim, sejam caminhoneiros que atravessam lagos congelados e correm risco de vida todos os dias, escritores de livros incríveis, ginastas olímpicos ou simplesmente donas de casa. Eu acredito que inacreditáveis e super heróis são todos aqueles que fazem coisas que são impensáveis pros outros e que são feitas com verdadeira paixão, com amor profundo e desejo interminável.

Certas pessoas nascem com seu destino traçado, com seu coração cheio de paixão, e já sabem como serão suas vidas desde os primeiros anos. Posso citar uma lista: Edith Piaf, Lance Armstrong, Madonna ou Evel Knievel, não importa; se você consegue fazer uma moto atravessar no ar uma distância de sei lá quantos carros, então você é O CARA, porque não apenas você fez acontecer, mas você fez com amor! Amém aos super heróis escondidos na História e que eles possam ser cada vez mais reconhecidos por todos em todos os cantos do planeta. Amém a James Marsh, o homem que mostrou ao mundo a história de Philippe Petit. Ele também já entrou pra minha lista de incríveis!

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Jornalista, trabalha na indústria da moda e entretenimento. Após experiências em renomadas agências internacionais como Ford Models e Marilyn Agency, atualmente está na Elite Models, em Nova York, Estados Unidos. Como jornalista produziu matérias de capa para revistas como Vogue, L'Officiel, Empório e Spezzato e para o site de estilo de vida brasileiro IG Gente. Aqui o autor pretende mostrar o seu ponto de vista sobre o que acontece no mundo da sétima arte em terra estrangeira.
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