Crítica
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Sinopse
A vida e a obra de Odete Lara, uma das grandes estrelas do cinema brasileiro, cuja vida foi feita de muitos êxitos e alegrias, mas também de tragédias pessoais e dificuldades de toda sorte.
Crítica
Lara se inscreve num gênero do cinema nacional que tem sido explorado à exaustão nos últimos anos: as cinematografias. Desde Villa-Lobos: Uma Vida de Paixão (2000), de Zelito Viana, até o recente Tim Maia (2014), de Mauro Lima, muitos projetos tem sido lançados seguindo esse linha, uns de forma eficiente, outros nem tanto. Mas dentre estas todas foram poucas as ocasiões em que o cinema teve a oportunidade de olhar para si próprio, focalizando a trajetória de uma de suas estrelas e fundadoras. Pois é o que acontece aqui, quando, a despeito dos seus deslizes, este longa apresenta o mérito inegável de oferecer uma justa e necessária luz à atriz Odete Righi Bertoluzzi, mais conhecida pelo nome artístico de Odete Lara.
Lara nasceu na primeira metade do século XX, e estreou nas telas ao lado de Mazzaropi, em 1956. Ao longo de sua carreira, trabalhou com diretores experientes, como Anselmo Duarte, Carlos Manga, Walter Hugo Khouri, Nelson Pereira dos Santos, Glauber Rocha e Cacá Diegues. Atuou ao lado de artistas como Dercy Gonçalves, Norma Bengell e Hugo Carvana. Era chamada de “Deusa Loura” e foi musa do Cinema Novo. Afirma que o único filme que recusou fazer, enquanto em atividade, foi O Pagador de Promessas (1962), que acabou ganhando a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Mais de uma década depois, após filmar A Estrela Sobe (1974), de Bruno Barreto, no auge do seu sucesso, decidiu sair de cena e ir viver num sítio, nas montanhas do Rio de Janeiro. Nos anos seguintes, suas aparições públicas se tornaram cada vez mais escassas, tendo sido vista pela última vez em novelas assinadas por Gilberto Braga – um confesso admirador – no início dos anos 1990.
O mais curioso é que, apesar dessa impressionante quantidade de assuntos de interesse que marcaram sua vida, todos eles conseguem passar desapercebidos em Lara. O filme, dirigido por Ana Maria Magalhães, também co-autora do roteiro, prefere centrar seu foco na infância da futura estrela, quando a mãe cometeu suicídio, pulando os anos seguintes num internato católico para mostrar o pouco tempo que viveu ao lado do pai, italiano, que também terminou se matando. Sozinha, conheceu alguns homens por quem se envolveu momentaneamente, até o (suposto) grande amor de sua vida, o dramaturgo Guima, que ocupa a maior parte do desenvolvimento da trama. Ou seja, tudo o que fez de Odete Lara uma pessoa especial – sua carreira artística, seus altos e baixos, seu ímpeto de vencer na vida, os porquês de seu afastamento – é ignorado. Como resultado, temos um longa comum e irrelevante, que se apresenta como mais um dramalhão qualquer. O principal problema da obra, como se pode perceber, é seu roteiro inconsistente, que não consegue se decidir por qual história contar, abusando desnecessariamente de flashbacks, além de uma direção que em alguns momentos beira o amadorismo.
O filme, entretanto, apresenta alguns méritos, e esses estão basicamente no empenho singular do casal Christine Fernandes, que vive a protagonista na maturidade, e o sempre esforçado Caco Ciocler, como Guima. Além, é bom destacar, da boa maquiagem e de uma trilha sonora – composta por Dori Caymmi – bastante adequada. Nada, é importante ressaltar, que salve Lara de ficar aquém da homenagem a qual se propunha ou do talento inegável da biografada. Os esforços são visíveis, mas é triste perceber que tudo que se obtém deles é o desperdício de um dos maiores nomes do nosso cinema numa produção esquecível e equivocada.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 4 |
Alysson Oliveira | 6 |
MÉDIA | 5 |
Pessoal, boa noite, Gostaria de saber como faço para comunicar com Robledo, Vera Fischer ou qualquer outra pessoa que seja, diretor de filme, produtor de filme, crítico,etc, etc. É que escrevi dois roteiros para filmes longa metragem, bastantes interessantes e gostaria de todo tipo de ajuda para transformá-los em filmes. Obrigado; Marcos Duque