Invasores

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Sinopse

Em Invasores, a colisão de um ônibus espacial faz com que algo alienígena penetre em seus destroços, sendo que todos que entram em contato mudam de maneira inexplicável. A psiquiatra Carol Bennell e seu colega Ben Driscoll descobrem que a epidemia alienígena ataca suas vítimas quando elas estão dormindo. Thriller/Ficção Científica.

Crítica

Assim como qualquer remake que conte com um diretor qualificado, como Oliver Hirschbiegel (A Queda!, 2004), na cadeira de direção, Invasores nasceu criando altas esperanças. Infelizmente, como diz o ditado, a expectativa é a mãe da decepção, e o que era tido como mais uma releitura bem sucedida do conto de Jack Finney, a exemplo de Vampiros de Almas (1956), de Don Siegel, e seguindo bem os moldes de Os Invasores de Corpos (1978), de Philip Kaufman, acabou virando mais um daqueles enlatados pobres que Hollywood sempre faz e que surgem em dúzias no verão americano. Aliás, exatamente como os que o produtor Joel Silver faz sempre.

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E reside exatamente aí, em Silver, o problema de Invasores. Produtor do filme e insatisfeito com o tom claustrofóbico e pessimista que Hirschbiegel deu à produção – ainda que estivesse sendo muito bem aceito em exibições teste – Joel decidiu refilmar boa parte da produção adicionando várias cenas de ação. Faltavam explosões, dizia o produtor. Faltava, também, discernimento sobre o que é um cinema de qualidade. Acabou chamando as irmãs Lana e Lilly Wachowski para reescrever algumas cenas. Isso, somando ao fato de Hirschbiegel se negar a voltar à direção por motivos de agenda, sobrou para James McTeigue (V de Vingança, 2005) assumir essas cenas adicionais. O diretor alemão, obviamente, lavou as mãos quanto ao material final. Aquela não era sua versão, mas acabou aceitando o material.

Na história, após um tipo de elemento alienígena penetrar nos destroços de um ônibus espacial que caem na Terra, diversas pessoas acabam tendo contato com a substância e começam a mudar misteriosamente de comportamento, apesar de não se alterarem fisicamente. Mas acabam assumindo o objetivo de tomarem o nosso planeta. Sem demonstrarem emoção e decididos a possuírem a humanidade, acabam infectando a população, que faz a transição durante o sono. E é em meio a essa epidemia que encontramos a psicóloga Carol Bennell (Nicole Kidman), tentando recuperar seu filho, raptado pelo o ex-marido, que está sob o domínio da praga alienígena.

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Se nas versões anteriores de Vampiros de Almas existia certa crítica quanto às ideias de um ataque comunista em exagero pelos americanos e servia até mesmo de alegoria para uma conspiração política após os escândalos políticos do país nos anos 1970 e a AIDS nos 1990, em Invasores o foco seria no completo horror de uma invasão terrorista à América do Norte. Serviria muito bem nessa lista de metáforas, a mesma que o conto de Finney aflora, colocar Joel Silver e sua invasão desnecessária à direção e mesa de edição de qualquer diretor e filme. No entanto, diferente de Invasores, na vida real esse episódio não teve um final feliz.

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é graduado em Cinema e Animação pela Universidade Federal de Pelotas (RS) e mestrando em Estudos de Arte pela Universidade do Porto, em Portugal.
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