Crítica


4

Leitores


4 votos 6

Onde Assistir

Sinopse

Na Califórnia de 1959, a boa moça Sandy e o metido Danny se apaixonam e aproveitam um verão inesquecível na praia. Quando voltam às aulas, descobrem que frequentam a mesma escola. Danny gosta de jaquetas de couro e gel no cabelo, e Sandy é mais comportada e estudiosa. Quando se reúnem, ambos se dão conta que precisam mudar caso queiram ficar juntos.

Crítica

Garoto conhece garota durante uma viagem de férias e os dois se apaixonam. Sem outra solução, se separam com a volta às aulas, retornando as suas cidades. É quando descobrem que estão estudando na mesma escola e podem se reencontrar. Mas agora, os amigos do mocinho, que é o mais popular do colégio, o pressionarão para não se tornar um "bobão" e ficar com a mocinha virginal. Não é High School Musical (2006) – pelo menos, não literalmente. A sinopse já havia sido realizada em 1978 em Grease: Nos Tempos da Brilhantina, por Randal Kleiser. O que não quer dizer, necessariamente, que este filme seja muito diferente de sua versão atual e mais politicamente correta. Ambas parecem ser feitas sob medida para levar fãs adolescentes à loucura e amontoar músicas divertidas e belas coreografias numa trama minimamente coesa.

No caso de Grease, as presenças de John Travolta e Olivia Newton-John nos papéis dos protagonistas Danny Zuko e Sandy Olsen eram por si só motivos suficientes para ver o filme. Travolta era uma sensação na época, especialmente após o sucesso esmagador de Os Embalos de Sábado à Noite (1977) – os personagens são muito parecidos, por sinal. Newton-John surgia como a mocinha perfeita e adorável. Elementos que se provaram necessários para lotar cinemas nos EUA e no resto do mundo, fazendo um dos maiores sucessos do ano. O elenco ainda é abrilhantado por Stockard Channing, a melhor cantora do grupo, no papel de Betty Rizzo, a "vilã". Mas nem os atores, nem a excelente direção de arte, nem os números cuidadosamente coreografados (com destaque para o surreal "Beauty School Drop Out", um delírio de uma das personagens com seu "anjo da guarda") servem para disfarçar o fato de que Grease não tem muita história pra contar.

O conflito inicial do roteiro se resolve em segundos, e como há um filme a ser preenchido, geram-se inúmeras situações e desculpas para acumular números musicais e de dança. Algo que High School Musical, seu primo contemporâneo, parece ter herdado, com menos glamour. Nada disso, no entanto, impediu que Grease se tornasse um clássico: adaptado dos palcos da Broadway, onde já fazia sucesso, o filme ainda é visto e revisto por fãs de musicais em todo o mundo. A partitura é irresistível e o clima de uma high school no fim dos anos 1950 é muito charmoso. Para completar, o politicamente incorreto está presente, deixando os personagens mais humanos e menos insossos. Só pra se ter uma ideia, embora todos sejam adolescentes e tenham uma sorveteria como ponto de encontro, eles também fumam, bebem e fazem sexo quando bem entendem, inclusive fugindo de casa para noitadas. Uma pequena vantagem sobre os virginais sucessos adolescentes da atualidade.

Grease é, sem dúvida, divertido. Um filme obrigatório para os grandes fãs de musicais. Um espetáculo que não nega sua origem nos palcos, com números bem marcados e sequenciados no tempo, presos por um fio narrativo e contando com tudo (e todos) que o público da época queria ver. Como cinema, no entanto, jamais se completa, sendo menos elaborado do que o mais simples dos filmes infantis.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar
é jornalista, mestre em Estética, Redes e Tecnocultura e otaku de cinema. Deu um jeito de levar o audiovisual para a Comunicação Interna, sua ocupação principal, e se diverte enquanto apresenta a linguagem das telonas para o mundo corporativo. Adora tudo quanto é tipo de filme, mas nem todo tipo de diretor.
avatar

Últimos artigos deDimas Tadeu (Ver Tudo)

Grade crítica

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *