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Sinopse

Há 1000 anos, um cataclismo tornou a Terra um lugar hostil e forçou os humanos a se abrigarem no planeta Nova Prime, morando em naves espaciais. Depois de uma missão, o general Cypher Raige retorna à sua família e ao filho de treze anos de idade. Mas pouco tempo após seu retorno, uma chuva de asteroides faz com que a nave onde moram caia na Terra. Com o pai correndo risco de morte, o jovem adolescente deverá aprender sozinho a domar este planeta, encontrando água, comida e cuidando de seu pai.

Crítica

Mais um filme que tem como pano de fundo o planeta Terra abandonado pelos humanos. Porém, ao contrário do contemporâneo Oblivion (2013), que retratava nosso mundo devastado após uma guerra nuclear travada em função de uma invasão alienígena, Depois da Terra apresenta um ambiente vívido e verdejante, em que a natureza evoluiu de forma soberana e livre da presença de pessoas por mil anos. Apesar do recorte inusitado, que evita a tradicional visão apocalíptica sobre o futuro, o novo longa de M. Night Shyamalan é um amontoado constrangedor de clichês.

O roteiro de Shyamalan e Gary Whitta privilegia um elemento muito caro à cultura norte-americana: a superação pessoal pelos meios militares. Sendo os Estados Unidos um país bélico e competitivo, afeito à imposição de zonas de influência territoriais e simbólicas pelas vias armadas, políticas, econômicas e culturais, nada melhor do que um blockbuster dogmático que enquadre a formação social de um adolescente e sua doutrinação militar para, enfim, celebrar sua capacidade de triunfo. Yes young americans, the US need you!

No filme, parte da humanidade migra para o planeta Nova Prime, deixando para trás uma Terra convulsionada. Cypher Raige (Will Smith, em atuação nula) é um proeminente general e também um pai ausente, porém muito rigoroso. Seu filho Kitai (Jaden Smith, péssimo), de 13 anos, faz de tudo para ingressar na carreira militar e, dessa forma, compensar a morte da irmã mais velha, ocorrida anos antes.

Kitai não é aprovado na seleção para a qual treinou. Mesmo assim, Cypher decide levá-lo a uma missão para que ambos fiquem mais próximos. A nave na qual viajam sofre um acidente e é obrigada a pousar na Terra, um planeta cheio de seres selvagens e proibido para humanos. Neste novo ecossistema agressivo, Kitai terá que recuperar um sinalizar e chamar o resgate para salvar o pai gravemente ferido.

A premissa é simples: mostrar que em meio a adversidades reais é possível atingir metas que não foram cumpridas em situações simuladas. Para isso, Kitai terá que aceitar um grande desafio, recorrer a uma força interior que desconhece, superar seus maiores medos e vencer um inimigo muito mais poderoso. Sim, Kitai precisa agir como um Jedi. E o problema é exatamente esse. Depois da Terra não é Star Wars. A ideia original do filme (entenda isso como quiser...) é rasa. Teria sido de Will Smith. O fato explicaria muita coisa, já que o longa é um bom motivo para o ator inserir de vez na indústria cinematográfica seu filho Jaden, com quem já atuou no chatíssimo À Procura da Felicidade (2006). Talvez seja esta a única e lamentável motivação para a realização do longa.

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é jornalista, doutorando em Comunicação e Informação. Pesquisador de cinema, semiótica da cultura e imaginário antropológico, atuou no Grupo RBS, no Portal Terra e na Editora Abril. É integrante da ACCIRS - Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul.
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