Crítica


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Sinopse

Jack é um pacato homem de família, que tem sua vida virada do avesso quando Jill, sua irmã gêmea do Bronx, vem visitá-lo.

Crítica

Realmente, não há muito a ser dito a respeito de Cada um tem a gêmea que merece além de que, apesar de estarmos ainda em fevereiro, já temos aqui um dos mais fortes candidatos a Pior Filme do Ano. Desde a premissa mais do que batida – comediante em decadência tenta revigorar a carreira fazendo dois papéis no mesmo filme, acreditando que com uma peruca e uma saia ficará mais engraçado – até a realização pobre de ideias e carente de inovações. O desempenho deste filme, aliás, foi tão aquém do esperado que, não muito tempo depois dele, Adam Sandler praticamente desistiu do cinema, se vendo obrigado a fechar um contrato com a Netflix e produzindo e exibindo seus filmes, a partir de então, diretamente na plataforma de streaming, sem mais passar pelo crivo público da sala escura.

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Há um bom tempo Adam Sandler vem dando sinais de que está cansado de tudo, repetindo basicamente o mesmo personagem em todos os filmes – figura essa que nada mais é do que uma versão um pouco menos hollywoodiana dele próprio. Já se passaram anos desde seu último trabalho digno de nota – Embriagado de Amor (2002) – e mesmo suas tentativas seguintes de explorar um insuspeito potencial dramático, como Reine Sobre Mim (2007) e Tá Rindo do Quê? (2009), resultaram em fracassos absolutos. Entregue ao que estão todos acostumados, ele deve mesmo ter desistido de qualquer tentativa de diversificação, consciente de que o seu público só quer saber de mais do mesmo. E é exatamente o que temos aqui, mais uma vez.

Jack Sadelstein (Sandler) é um publicitário de sucesso, dono de uma badalada agência, que tem pela frente dois desafios: conseguir que Al Pacino aceite fazer um comercial para a Dunkin’ Donuts e enfrentar o período de festas de final de ano ao lado da irmã gêmea, a sem noção Jill Sadelstein (Sandler, de novo). Pronto, essa é a trama por completo do filme. Porque desse ponto em diante tudo o que temos é constrangimento e vergonha alheia. Tentar entender o que levou Pacino a aceitar esse papel, uma persona egocêntrica dele mesmo, e que ainda passa pelo mico de se apaixonar pela versão feminina de Sandler, é a tarefa mais difícil do filme. Katie Holmes não tem absolutamente nada a acrescentar, nem do que fazer, em cena, como a esposa do protagonista. Nem humor físico é explorado com ela, e sua presença é completamente injustificada.

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Cada um tem a gêmea que merece é nada mais, nada menos, do que o sétimo filme feito em conjunto pelo diretor Dennis Dugan e o astro Adam Sandler. E se essa dupla até teve alguns momentos razoavelmente curiosos, como em Eu os Declaro Marido e… Larry (2007) e Zohan: O Agente Bom de Corte (2008), esta nova união é, definitivamente, um dos pontos mais baixos da parceria. Nada parece funcionar naturalmente, com tudo acontecendo de modo forçado e óbvio. Assim como Martin Lawrence (Vovó… Zona, 2000) e Eddie Murphy (O Professor Aloprado, 1996), dentre tantos outros exemplos, o humor aqui é rasteiro e toda tentativa soa exagerada e descabida. Um desperdício do início ao fim, e nem o mérito de ser relativamente curto – 90 minutos – parece ser positivo, pois diante do que se vê mesmo essa duração acaba soando como uma eternidade!

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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