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Sinopse

Bridget Jones está namorando firme com Mark Darcy há 6 semanas. O que deveria ser um sonho se transforma em dúvidas e incertezas quando passa a questionar o que deve fazer para manter o homem de seus sonhos ao seu lado. A situação fica ainda pior após a contratação da nova colega de trabalho de Mark, de quem Bridget morre de ciúmes, e o reaparecimento de Daniel Cleaver, seu ex-chefe mulherengo, que volta a assediá-la.

Crítica

Não há um único motivo para a existência deste Bridget Jones: No Limite da Razão além do imenso sucesso do filme anterior, O Diário de Bridget Jones (2001). Tendo arrecadado mais de US$ 200 milhões em todo o mundo, a primeira aventura da solteirona – e atrapalhada – Bridget Jones (Renée Zellweger, indicada ao Oscar) era mais sincera na sua tentativa de fazer diversão com os erros e acertos amorosos da protagonista. Já esta continuação é um legítimo caça-níquel, que se faz presente apenas para coletar mais alguns trocados em nome da heroína inglesa.

Pra começo de conversa, o filme não tem história. Encontramos Bridget está no mesmo ponto em que terminou sua última aparição nas telas: com o namoro indo de vento em popa com o advogado Mark Darcy (Colin Firth, rígido e quase sem expressão). Como comédia romântica é um gênero que se restringe basicamente a mostrar como os dois enamorados do cartaz enfrentam diversas dificuldades para ficarem juntos no final, e se neste caso eles estão um com o outro logo no início, o lance vai ser separá-los para, depois, dar um jeito de reuni-los. Para tanto, será necessário convocar mais uma vez o galanteador Daniel Cleaver (Hugh Grant, pouco aproveitado), para apenas tentá-la mais uma vez com seu charme, render alguns momentos engraçados e logo dar adeus. Ele não tem muita função na trama, além de surgir como breve distração.

Em No Limite da Razão, Bridget Jones parece estar às voltas com novas ambições profissionais e pessoais. Ela também tenta se envolver mais nos conflitos familiares de seus pais e se interessar pelos relacionamentos de suas amigas. Mas, no fundo, o que lhe corrói é a insegurança quanto ao namorado e às indecisões sobre o verdadeiro amor. Ela quer se apaixonar – apesar de não se dar conta de que já está – e ser feliz ao lado do homem ideal. Como se a única coisa que interessasse às mulheres fosse o amor eterno. Ou seria isso mesmo?

Sem um roteiro bem estruturado, com a direção irregular de Beeban Kidron (Romance de Outono, 1992) e um conjunto de coadjuvantes no piloto automático cuja única função é servir de figuração, Bridget Jones: No Limite da Razão vale mais pela presença de Zellweger, que domina o personagem com louvor. Seu desempenho é tão cativante e irresistível que mereceu até uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz em comédia ou musical. Por ela – e somente por ela – o filme vale uma conferida. Agora, aqueles alheios a esse universo feminino e sem muito interesse pela protagonista, o mais indicado é evitar sem arrependimentos.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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