Crítica


7

Leitores


3 votos 7.4

Onde Assistir

Sinopse

O pirata Alameda Jack encontrou um livro mágico no qual todos os planos malignos que escreve se tornam realidade. Entretanto, precisa da última página, que está de posse de Bob Esponja, no fundo do mar. Para recuperá-la, elabora um plano para destruir o lar do inimigo. Precisando salvá-lo a todo custo, o herói e seus amigos Patrick, Sirigueijo, Lula Molusco, Sandy e Plâncton decidem buscar ajuda na superfície.

Crítica

Quem já assistiu sequer meio episódio de Bob Esponja, criação de Stephen Hillenburg, sabe que o ponto de equilíbrio da Fenda do Biquíni (lugar onde os personagens moram) é o hambúrguer de siri. Sua fórmula, segredo mais bem guardado daquelas bandas do oceano, é cobiçada, sobretudo por Plankton, que vê seu estabelecimento às moscas enquanto o Siri Cascudo, propriedade do Sr. Sirigueijo, vive lotado. Claro, então, em Bob Esponja: Um Herói Fora d’Água o que move a trama é, mais uma vez, o perigo da tal receita cair em mãos erradas. Depois de uma série de planos frustrados do vilão de sempre, o pirata Barba Burguer (Antonio Banderas) finalmente consegue o impensado, causando um verdadeiro pandemônio.

Aqui, há mistura de várias técnicas, ainda que a tradicional 2D seja predominante. Isso ajuda a manter o espírito da série de televisão original. Num primeiro momento, vemos Bob Esponja, inusitadamente, aliando-se ao arqui-inimigo para resgatar a receita e reverter um mal entendido. As piadas continuam boas, textual e visualmente. Bob Esponja: Um Herói Fora d’Água é daquelas animações que, por falta de definição melhor, dizemos ser apropriada para adultos e crianças. Os mais velhos captarão nuances que os mais novos deixarão passar batido – por exemplo, a brincadeira por trás da overdose de doces que Bob Esponja e Patrick têm é coisa para gente grande. Mas, sem dúvida, é um ótimo entretenimento, também e, principalmente, para os pequenos, aliás, o evidente público-alvo.

O único senão digno de nota é o tempo que leva para o Calça Quadrada e sua turma interagirem com o pirata de carne e osso. Eles dão voltas e mais voltas até que o encontro aconteça. Contudo, nem isso chega a atrapalhar. A diversão é proporcional à maluquice de algumas passagens, como a transformação da Fenda do Biquíni num cenário pós-apocalíptico, a entrada em cena de um golfinho mágico (?), e outros absurdos que combinam muito bem com a risada histriônica e inconfundível do protagonista. Antonio Banderas, por sua vez, parece divertir-se no papel caricato do antagonista, no qual não precisa ficar cauteloso com exageros ou buscar a concisão de emoções. O excesso não só faz parte, como é imprescindível.

Bob Esponja: Um Herói Fora d’Água fica ainda mais legal quando os personagens vão à superfície, adquirindo superpoderes nada convencionais: Patrick controla sorvetes; Bob Esponja faz das bolhas de sabão sua arma; Sr. Sirigueijo vira uma máquina letal; e até mesmo o paradão Lula Molusco entra na jogada, ganhando força sonora (e músculos) fora do comum. Ah, Sandy, a esquilo, vira, exatamente, um esquilo, só que de verdade. Assim, esses heróis de meia-tigela lutarão contra o pirata dono de food truck mais perigoso da costa, a fim de restabelecer a ordem de sua sociedade, afinal, ninguém vive sem o hambúrguer número um das profundezas, feito pelo chapeiro mais gente boa e atrapalhado da vizinhança.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar
Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *