5 Frações de Uma Quase História
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Cristiano Abud, Cris Azzi, Thales Bahia, Guilherme Fiúza, Lucas Gontijo, Armando Mendz
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2007
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Brasil
Crítica
Leitores
Sinopse
Cinco personagens têm suas vidas modificadas num fim de semana quente. Um obcecado por pés femininos; um homem de relação projecional com a TV; um funcionário público diante da corrupção; um trabalhador de matadouro em crise matrimonial; uma secretária desiludida com o amor.
Crítica
Resultado de um trabalho coletivo de um grupo de realizadores mineiros, 5 Frações de uma Quase História registra, ao mesmo tempo, a estréia de seis diretores, além de ser o primeiro trabalho da produtora Camisa Listrada em longa-metragens. E, com uma origem destas, é quase inevitável termos como resultado uma obra bastante irregular, que conta com ótimos momentos e outros nem um pouco memoráveis. Mas este é o preço da experimentação, não?
Como o próprio título já adianta, 5 Frações de uma Quase História se compõe por cinco tramas que se desenrolam de modo simultâneo e interligado. Mas esta ligação ligação entre elas, na maioria das vezes, é bastante forçada, o que prejudica um pouco a verossimilhança do projeto como um todo. Por outro lado, o elenco está completamente entregue, assim como os realizadores, todos obviamente bastante empolgados com o desafio que eles mesmos criaram.
Dos cinco roteiros, dois são originais (O Magarefe e Título Provisório) e três são adaptações (Qualquer Vôo, de Yury Hermuche, 145, do também ator Gero Camilo, e A Liberdade de Akim, de Paulo Leônidas). Os personagens protagonistas são um fotógrafo obcecado por pés femininos, um homem confuso entre a realidade e os filmes que vê na televisão, um funcionário público que recebe uma proposta arriscada do chefe, um açougueiro que descobre que está sendo traído pela mulher com o próprio patrão e uma solteirona decidida a se casar. Algumas tinham potencial para renderem filmes à parte, enquanto que outras mal escapam do clichê do gênero. A única, no entanto, que se encaixa perfeitamente à proposta aqui colocada é a última, que combina bom humor, soluções inesperadas e intérpretes afiados. É a mais bem sucedida das cinco. Pena que muitos, ao chegarem nela, já estarão com a paciência e o interesse bastante afetados.
Vencedor do Prêmio Especial do Júri no CinePE, o Festival do Audiovisual de Recife, e filmado inteiramente em apenas cinco semanas, com a participação 50 pessoas na equipe técnica, 35 atores, cerca de 600 figurantes e mais de 60 locações diferentes, 5 Frações de uma Quase História tem, obviamente, seus altos e baixos, mas não é por isso que deve ser julgado, e sim por sua ousadia e experimentação. É uma iniciativa arriscada e digna de aplausos, que na maior parte do tempo não decepciona, mantendo a curiosidade do espectador em alta – mesmo que em alguns casos esta acabe não se justificando. Mas é revigorante ver um time como esse tão motivado, e ainda mais distante dos principais pólos cinematográficos do país (SP e RJ). E afinal, o que temos aqui é só começo. Que venha mais, e logo!
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