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Sinopse

Zico é o chefe da principal gangue da cidade, seus assaltos são perfeitos, sem feridos, sem tiros e sem pistas. Com seu último trabalho, ele e sua irmã pretendem deixar o país para recomeçarem suas vidas. Ele arquiteta um assalto a banco que deve acontecer em exatamente 3 minutos. Cada instante destes 180 segundos mostrarão o pior e o melhor do ser humano.

Crítica

Produção colombiana de assalto a banco escrita e dirigida pelo estreante Alexander Giraldo, 180 Segundos nos apresenta a Zico (Manuel Sarmiento), que lidera um grupo especializado em roubos e que está sendo procurado pela polícia. Ao lado de sua irmã, Angie (Angelica Blandon), ele planeja um último golpe para que então possam aproveitar a vida da maneira que tanto sonharam. O plano consiste em saírem com o dinheiro do local em apenas três minutos, tempo que o alarme leva para ser acionado. Para tanto, precisam de mais um membro em sua equipe, encontrando-o em Rincón (Alejandro Aguilar), indicado por um velho parceiro de crime. Mas o decorrer da operação não sai como o planejado e tragédias acontecem.

À medida que a história de 180 Segundos se desenrola é triste constatar o quão formulaica ela se revela, trazendo um amontoado de clichês que chegam a fazer com que uma reviravolta que ocorre no terceiro ato se torne previsível (aqui lembramos, por exemplo, do primeiro capítulo da franquia Velozes e Furiosos). O curioso sobre isso é que Alexander Giraldo parece ter noção de todos esses problemas envolvendo a trama de seu filme, e na tentativa de tornar as coisas interessantes ele resolve investir em uma estrutura não-linear, fragmentando a edição e embaralhando as cenas para fazer uma espécie de quebra-cabeça que o público deve montar para entender o que está acontecendo. Mas o tiro saiu pela culatra, já que o modo como utiliza esse recurso não tem uma lógica interna e gera um grave problema de ritmo para a narrativa. Dessa forma, quando 180 Segundos parece estar finalmente engrenando, Giraldo corta para um momento sem maiores interesses e frustra as expectativas do espectador. Para completar, os cortes entre cada parte da ação são realizados de maneira muito brusca, atrapalhando ainda mais nosso envolvimento com o filme.

Não que 180 Segundos se resuma a apenas estes pontos negativos. Zico e Angie mostram ser figuras carismáticas, o que se deve principalmente ao trabalho de seus intérpretes (Angelica Blandon, em especial, traz uma bem-vinda doçura a sua personagem), enquanto que os tons pastel da fotografia de Eduardo Ramirez Gonzalez chamam a atenção por darem um ar mais sombrio ao enredo. Já a cena em que acompanhamos a explicação de Zico sobre como acontecerá o assalto é o momento mais inspirado, com uma bela montagem que insere com eficiência alguns gráficos na tela. Este é um recurso que, ainda que não seja totalmente original, expõe muito bem o raciocínio do personagem com relação ao plano que desenvolveu. No entanto, tais qualidades, infelizmente, acabam sendo muito pouco para salvar o longa de todos seus problemas de narrativa.

Assim, 180 Segundos se estabelece como uma obra que decepciona muito mais do que empolga. Mas parece que elenco e diretor gostaram da experiência de trabalhar na produção, considerando que se reuniram para o filme seguinte de Giraldo. Tomara que essa nova empreitada resulte em uma colaboração um pouco melhor do que esta vista por aqui.

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é crítico de cinema, formado em Produção Audiovisual na ULBRA, membro da SBBC (Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos) e editor do blog Brazilian Movie Guy (www.brazilianmovieguy.blogspot.com.br). Cinema, livros, quadrinhos e séries tomam boa parte da sua rotina.
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