Crítica
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Sinopse
Crítica
Pouco antes de falecer, em um trágico acidente de trânsito no final de 2013, Paul Walker estava dando início a uma tentativa de diversificar sua carreira. Porém, se obras como Veículo 19 (2013) e Contagem Regressiva (2013) tentavam investir no potencial dramático do protagonista da série Velozes e Furiosos sem grandes resultados positivos, este 13° Distrito – seu último filme completo – deixava um pouco essa iniciativa de lado e voltava a apostar no que o astro tinha de melhor: pose de durão, perfil de conquistador e muita agilidade para intensas sequências de ação. O problema do filme, no entanto, é outro: a assinatura de Luc Besson no roteiro e na produção. Como resultado, temos algo bastante similar aos demais produtos marcados pelo envolvimento do cineasta francês: muitas lutas, explosões e correrias, porém envoltas por uma trama ingênua e em muitas vezes beirando o absurdo.
Típica produção feita à toque de caixa para o mercado de home vídeo, 13° Distrito só deve ter ganho às telas impulsionado pela morte de Walker. O ator, no entanto, não é o verdadeiro motivo desta realização. Este filme, na verdade, é um remake hollywoodiano do francês B13: 13° Distrito (2004), longa que fez tanto sucesso dez anos atrás que acabou gerando até uma continuação – B13-U: 13° Distrito – Ultimato (2009). Os dois filmes eram estrelados por David Belle, que após pequenas participações em títulos como Missão Babilônia (2008) e A Família (2013), faz finalmente sua estreia em Hollywood como protagonista. Ele, no entanto, é muito mais conhecido por ser um dos fundadores do Parkour – aquele estilo de acrobacia e exercício físico em que, por meio de muitos pulos e agilidade pessoal, escala-se escadas, paredes, muros e demais mobiliários urbanos. Isso sem falar em seus trabalhos como coreógrafo e coordenador de dublês. Ou seja, apesar de Walker ser mais popular, é Belle quem rouba todas as atenções com suas peripécias visuais quase inimagináveis.
A versão americana tem praticamente a mesma história do original francês. Lino (Belle, repetindo o personagem) mora no condomínio habitacional Brick Mansions, uma região da cidade de Detroit que foi isolada pela prefeitura com muros quase intransponíveis devido ao seu alto nível de criminalidade. Na tentativa de fazer justiça com as próprias mãos e limpar o lugar, entra em rota de colisão com o mafioso Tremaine Alexander (o rapper RZA). O problema é que este roubou uma bomba de nêutrons que foi acionada inadvertidamente, e caso não seja desarmada a tempo irá devastar tudo ao seu alcance em um raio de quilômetros. O homem escalado para essa tarefa suicida, tendo apenas poucas horas para executá-la, é o policial habituado a trabalhar disfarçado vivido por Paul Walker. Estes três personagens representam pontas de um mesmo conflito, ao qual faz parte também a prefeitura municipal, que possui seus próprios planos para o futuro do bairro.
O diretor Camille Delamarre é um dos pupilos de Luc Besson, já tendo trabalhado como editor em outros projetos do realizador – e confirmado para dirigir Carga Explosiva 4, previsto para 2015. Sem nenhum anseio autoral, tudo que faz é abrir espaço para muitas acrobacias, tiroteios e perseguições automobilísticas. O problema é que essa vontade de encher a tela com embates descerebrados elimina qualquer lógica da trama, que fica carecendo de uma razão maior para simplesmente existir. Dá-se volteios inexplicáveis para se atingir os mesmos objetivos que seriam muito mais óbvios através de outros caminhos, porém sem causar tanto barulho. E se assim fosse, como manter o espectador acordado e longe dos bocejos? 13° Distrito é simples, agitado e tão esquecível quanto qualquer outro trabalho dos principais envolvidos. Indicado apenas para os fãs mais radicais, e mesmo assim, somente com uma grande dose de saudosismo e boa vontade.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 4 |
Thomas Boeira | 7 |
MÉDIA | 5.5 |
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