Roman Polanski é polonês e sofreu os horrores da Segunda Guerra Mundial quando pequeno. Viu a mãe e a irmã serem mortas. Ou seja, poderia ter utilizado o trauma para contar uma história de vingança contra os alemães daquela época ou, simplesmente, não conduzir um filme sobre o assunto. Tanto que recusou a direção de A Lista de Schindler (1993), por acreditar que não teria distanciamento para realizar a obra. Porém, o interesse pela história real de Wladyslaw Szpilman transformou este num de seus melhores filmes. Se não o do topo da lista geral, ao menos, o mais humano. É com extrema sensibilidade que o cineasta retrata a fuga do músico em meio aos conflitos até 1945. As tomadas que evidenciam a miséria e a destruição da Polônia, após a invasão e cerco dos nazistas, são tão realistas que causam nós na garganta. É o momento do diretor mostrar o pior da criação humana, mas também aquela pequena luz de esperança que se acende. Seja pelo próprio protagonista (Adrien Brody, que mereceria um capítulo à parte por sua excepcional atuação), o soldado alemão que simpatiza com ele, ou a visão, ainda que trágica, mas otimista de Polanski. Algo raro de dizer em se tratando do cineasta e de seus estudos sobre os males da humanidade. É um filme dolorido e que não fica na batalha entre Eixo e Aliados, mas sim nos que sofreram consequências. Esses, sim, os verdadeiros protagonistas de um dos piores capítulos da era moderna. – por Matheus Bonez

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