Se os absurdos em relação ao determinismo biológico ostentados pelo nazismo já causam choque, o mesmo impacto pode ser sentido neste filme de Peter Cohen no que diz respeito à arte. Adolf Hitler e seus asseclas gostavam de manter os ambientes sempre decorados com obras grandiosas e prezavam o tradicional. Qualquer traço um pouco mais ousado, ou mesmo contestador sobre o que é ou não belo, era riscado da lista e banido dos museus. Fora as paredes ornamentadas, o documentário também apresenta a forma como a arte foi utilizada na propaganda nazista, além de deixar claras as aspirações de Hitler como pintor. Cohen elabora um quebra-cabeça com imagens de arquivo escolhidas a dedo, que mostram ao público uma vertente pouco lembrada, em especial no cinema, dos defensores da tal raça ariana que posaram de intelectuais diante de pinturas de gosto duvidoso, e que defendiam, por meio delas, o seu ideal de beleza. Lançado em 1989, o filme não perde significado e permite que tenhamos um olhar ainda mais crítico sobre as manobras de manipulação utilizadas pelo Nazismo para conquistar novos admiradores. Na cena dos passeios de Hitler por exposições promovidas pelo Terceiro Reich, seu olhar de aprovação diante de obras que refletem corpos dito perfeitos e uma natureza agradável são o símbolo do que ele queria para a Alemanha. – por Bianca Zasso

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