Acelerar é fácil. Difícil é conter as emoções com o pé quase encostando no asfalto. O diretor Walter Hill, que adora carros em alta velocidade nos seus trabalhos, fez deste um dos melhores filmes policiais da década de 70, que deve muito de sua empatia e sucesso ao protagonista de peso. Ryan O’Neil deixou de lado o estilo galã romântico para assumir uma expressão séria, num dos melhores papéis de sua carreira. Contratado para participar de crimes na condição de motorista, seu personagem executa os trabalhos sem comentários e não aceita sugestões facilmente. As novas gerações percebem a influência do filme em Drive (2011), de Nicolas Winding Refn, mas o que diferencia os dois longas-metragens é a abordagem. Will preza pela crueza, sem conferir espaço para a poesia presente na realização de Refn. É justamente esse lado cru que destaca o filme dentro do gênero. Não há tempo para romance, o próximo assalto é sempre a prioridade do motorista sem nome, quase um cowboy que troca o cavalo pelo motor potente. Trilha sonora marcante e extremo cuidado na construção das cenas de perseguição completam a receita do longa, que deveria ser lição de casa para diretores que querem levar a ação a sério e não se render a explosões sem sentido. – por Bianca Zasso

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