O Brasil está em clima de Copa do Mundo desde o dia 12 de junho e o Papo de Cinema também entrou em campo já com a nossa Copa de Cinema. Entre gols e os melhores filmes dos 32 países que fazem parte da disputa, vale lembrar também que alguns jogadores de renome já fizeram suas participações no cinema. Ok, a gente sabe. A maioria é melhor deixar de lado, mas algumas (poucas) outras valem ficar na memória. Sem mais delongas, o Top 10 desta semana lembra dez atletas que fizeram história nos gramados do mundo e também tiveram seus nomes registrados para sempre nas telonas. Quer saber quem são e quais seus filmes? Confira a nossa seleção!

 

Alfredo Di Stéfano, em Once Pares de Botas (1954)
O jogador argentino naturalizado espanhol Alfredo Di Stéfano foi um dos maiores nomes do futebol mundial. Se existe até hoje aquela rixa entre argentinos e brasileiros a respeito de quem é o melhor de todos os tempos – Pelé ou Maradona – Di Stéfano corre por fora e foi lembrado inúmeras vezes nas listas dos gigantes do esporte. Segundo a FIFA, ele é um dos cinco melhores do século XX. O craque defendeu tanto a seleção de seu país de origem (em 1947) quanto a espanhola (entre 1957 e 1961), e jogou em clubes como River Plate e Real Madrid – neste último, foi ídolo tendo jogado onze temporadas e se mostrando um artilheiro como poucos. Virou técnico e chegou a comandar o Real Madrid em duas ocasiões. No cinema, Di Stéfano se aventurou em duas produções cômicas, ambas envolvendo a temática futebol:  Con Los Mismos Colores (1949), filme argentino dirigido por Carlos Torres Ríos, e Once Pares de Botas (1954), longa espanhol comandado por Francisco Rovira Beleta. Estas incursões nas artes cênicas não parecem ter sido um grande desafio para o craque – até porque, nas duas ele interpreta um jogador de futebol. Que papel melhor para ele? – por Rodrigo de Oliveira

 

Paul Breitner, em Potato Fritz (1976)
O jogador alemão Paul Breitner é um dos nomes mais respeitados do esporte no país e no mundo até hoje. Atual comentarista televiso, foi um dos responsáveis por elevar o nome do Bayern Munique no início dos anos 1970 e, ainda mais, da Alemanha na Copa do Mundo de 1974, onde a seleção se consagrou campeã. Porém, segundo o próprio, sua melhor experiência foi no Real Madrid, time pelo qual o atleta conquistou dois Campeonatos Espanhóis e uma Copa do Rei. Breitner trabalhou como ator em algumas produções para o cinema e televisão, mas seu papel de maior destaque foi no western spaghetti Potato Fritz, quando seu nome ainda estava em alta no campo. No filme de Peter Schamoni, o jogador interpreta o Sargento Stark, um dos parceiros do Potato Fritz do título no combate ao crime. Nem sua atuação ou o filme são tão lembrados pelo público. Porém, seu legado como um dos maiores jogadores alemães da história continua intacto. – por Matheus Bonez

 

Pelé, em Fuga para a Vitória (1982)
Considerado um dos melhores jogadores de futebol de todos os tempos, ou até mesmo o melhor como o título de “Rei do Futebol” deixa bem claro, Edson Arantes do Nascimento, também conhecido como Pelé, maravilhou as pessoas com seus gols e jogadas maravilhosas, empolgando todos os fãs do esporte e ajudando suas equipes a conquistarem títulos importantes, entre eles o tricampeonato mundial da nossa Seleção. E o cinema não perdeu a chance de aproveitar as habilidades do craque brasileiro. Em 1981, Pelé estrelou Fuga Para a Vitória, produção dirigida pelo grande John Huston. O filme focava um time de futebol formado por prisioneiros Aliados na Segunda Guerra Mundial e que se prepara para uma partida contra uma equipe de oficiais nazistas, planejando usá-la para fugir da prisão. Além de Pelé, o elenco contava com Sylvester Stallone, Michael Caine, Max von Sydow e outros jogadores como o inglês Bobby Moore e o argentino Osvaldo Ardiles. Apesar de interpretar o melhor jogador da equipe, Pelé não era o centro das atenções na história, já que a produção obviamente tinha que ficar em volta dos astros Caine e Stallone, que ficaram com os papeis de treinador e goleiro, respectivamente. Fuga Para a Vitória é visto como uma obra menor de Huston, mas as estrelas do elenco ainda fazem com que seja interessante assisti-lo. – por Thomás Boeira

 

Zico, em Uma Aventura de Zico (1998)
Em 1990, Zico, eterno camisa 10 do Flamengo e um dos maiores jogadores da história do Brasil, aventurou-se no cinema, e como duplo protagonista. Dirigido por Antônio Carlos da Fontoura, o filme Uma Aventura do Zico parte de um concurso televisivo para escolher 22 garotos que teriam aula de futebol com o Galinho de Quintino em pessoa. A coisa descamba quando o pai de um menino rico e mimado que não foi escolhido resolve criar uma réplica do jogador, a fim de que ela dê lições particulares ao seu filho. Zico, então, vive dois papéis, ele próprio e seu clone, apelidado de Zicópia. O projeto inicialmente seria televisivo e protagonizado por Pelé, mas transformou-se em cinema com a recusa do Rei do Futebol, a adesão de Zico e o apoio de produção de Luiz Carlos Barreto. O ex-jogador chegou a ter aulas de interpretação, o orçamento aproximado foi de 05 milhões de reais, mas a recepção, tanto de público quanto de crítica, foi de morna para fria.  Zico, ao que parece, parece ter aprendido a lição, pois só voltou a aparecer nas telonas em documentários. – por Marcelo Müller

 

Vinnie Jones, em Jogos, Trapaças e Dois canos Fumegantes (1998)
Estreia de Guy Ritchie na direção de longas-metragens, o filme em questão conta a história de quatro amigos que acabam devendo uma quantidade notável de dinheiro para gangsteres, sendo ameaçados por estes com amputação de seus dedos caso a quantia não seja ressarcida em uma semana. É quando o grupo começa a procurar por um meio de levantar o valor necessário, escolhendo, claro, o mais arriscado deles. Inserido nesta trama que já denunciava o talento de Ritchie para conduzir filmes com agilidade está o ex-jogador de futebol britânico Vinnie Jones que, mesmo que não tenha o mais destacado dos papeis, ganhou a frente de vários pôsteres do longa por seu nome. Não é especialmente um bom ator, mas a brutalidade implícita em suas feições compõe sozinho o personagem que aqui vive. Tal qual aconteceria também em Snatch: Porcos e Diamantes (2000), quando voltaria a colaborar com o diretor, e em X-Men: O Confronto Final (2006). – por Yuri Correa

 

David Beckham, em Driblando o Destino (2002)
Quando ainda estava no auge da forma física e do talento nos campos, após se tornar um ícone nacional na Inglaterra ao defender por mais de dez anos o Manchester United, David Beckham poderia ser considerado um precursor do português Cristiano Ronaldo – belo, vaidoso, fashion e genial com uma bola nos pés. No entanto, ao contrário de outros grandes jogadores que tentaram a sorte antes na tela grande – como Pelé e Vinnie Jones – o marido da ex-Spice Girl Victoria não só tratou de estrear na ficção enquanto ainda estava em alta, como também serviu de referência para o próprio título do filme: Bend it Like Beckham (no original, que poderia ser traduzido diretamente como ‘Drible como o Beckham’). A história da garota de origem indiana que se rebela contra o futuro traçado pelos pais e decide fugir para a Alemanha acompanhada apenas da melhor amiga (uma novata Keira Knightley) para seguir seu sonho de ser uma grande jogadora de futebol não só se inspira na trajetória do astro como o cita verbalmente em vários momentos, até que ele em pessoa decide marcar presença, já quase no término da trama, mostrando que, enquanto ator, segue sendo um atleta inesquecível. – por Robledo Milani

 

Sócrates, em Boleiros 2: Vencedores e Vencidos (2006)
Sócrates foi um dos jogadores mais importantes da história do Corinthians, tendo jogado no clube paulistano entre 1978 a 1984. Foi um dos idealizadores de um movimento dentro do clube conhecido como Democracia Corinthiana, que dava poderes iguais de decisão a jogadores, técnicos e funcionários. Teve uma passagem rápida pelo clube italiano Fiorentina para depois voltar ao Brasil e defender as cores do Flamengo e do Santos. Além disso, jogou na Seleção Brasileira entre 1979 e 1986, disputando dois mundiais. Formado em medicina, Sócrates continuou sua carreira no futebol após pendurar as chuteiras, virando técnico – chegou a comandar o Botafogo de Ribeirão Preto, clube em que ele estreou no esporte na década de 1970. Talentosíssimo no futebol, nas artes cênicas não mostrava tanta desenvoltura. Chegou a ter uma participação especial na novela global Feijão Maravilha, ao lado de Zico, seu parceiro de Seleção Brasileira. Na sétima arte, teve chance de brincar de ator em Boleiros 2: Vencedores e Vencidos, interpretando ele mesmo em uma conversa descontraída em uma mesa de bar, dividindo a cena com Flávio Migliaccio. Sócrates faleceu em 2011, aos 57 anos, no mesmo dia em que o Corinthians, clube que defendeu por sete anos, sagrou-se campeão brasileiro. – por Rodrigo de Oliveira

 

Zinedine Zidane, em Asterix nos Jogos Olímpicos (2008)
Mencionar seu nome, geralmente, causa algumas reações contraditórias. O pânico que parte do fio da espinha e arrebata todo o consciente é devido à sua áurea de carrasco. Porém, exaurindo esse sentimento, é impossível não dar as devidas honras e reconhece-lo como um verdadeiro gênio. Refiro-me a quem? Ora, àquele que acabou com a seleção brasileira em duas Copas do Mundo e se perpetuou no imaginário do futebol como um dos maiores craques que já desfilaram pelos gramados: Zinedine Zidane! Além de ter jogado em dois dos mais importantes clubes europeus – Juventus e Real Madrid -, Zizou fez história ao ser o protagonista da mais brilhante geração do futebol francês. Foi ele o responsável por conduzir a França, com seus passes precisos e gols decisivos, ao título do mundial em 1998, fazendo com que o futebol do país entrasse de vez no hall da elite do esporte. Em 2006, viveu dois dos momentos mais distintos de sua carreira: na final da Copa, contra a Itália, após ouvir ofensas de Materazzi, reagiu com uma cabeçada no peito do adversário resultando em sua expulsão; e sua divertidíssima participação (com direito a sandálias personalizadas) em Asterix nos Jogos Olímpicos, onde interpreta um arrogante egípcio. – por Eduardo Dorneles

 

Eric Cantona, em À Procura de Eric (2009)
Quem diria que um jogador de futebol pudesse ser tão bom ator? Mesmo que a atuação consista, no caso, interpretar a si mesmo – e ainda tirar sarro da situação. Pois a resposta é um agradável sim quando se trata do francês Eric Cantona, ou o Rei Eric, como é conhecido pelos torcedores do Manchester United, time pelo qual foi um dos principais artilheiros nos anos 1990. Na comédia dramática À Procura de Eric, Cantona é ele mesmo numa visão endeusada por um fã de mesmo nome, Eric (Bishop, no caso), um homem que vive à sombra do passado mal resolvido por ter abandona a ex-namorada com sua filha e agora está num cotidiano infernal no segundo casamento ao lado de seus enteados. Pois Cantona surge justamente num momento relaxante de Bishop (vulgo, de consumo de maconha) e aí começa a se formar a amizade imaginária. Dirigido por Ken Loach, o filme tece uma crítica ao dinheiro investido por torcedores nos clubes e, de quebra, apresenta momentos documentados do jogador em campo. Um deleite para quem é fã do artilheiro, de futebol e, especialmente, de bom cinema. – por Matheus Bonez

 

Pedro Pauleta em A Gaiola Dourada (2013)
O simpático A Gaiola Dourada, filme franco-lusitano que aborda dramas familiares numa colônia portuguesa em Paris, conta, lá perto do fim, com a participação especial do ex-jogador Pedro Pauleta, um dos ídolos do futebol português. O filme em si é bastante simples, sem invenções, servindo muito bem ao propósito de discutir a verdadeira vocação dos personagens, os efeitos de suas escolhas, isso em meio ao dilema do casal principal de voltar às origens por conta de uma herança ou seguir a vida (de servidão) na França que os acolheu. Se não é uma comédia rasgada, tampouco pende ao dramalhão, equilibrando-se confortavelmente entre ambos. Um filme leve, daqueles bons de ver entre uma prioridade e outra. Nesse contexto, a aparição quase relâmpago de Pauleta, que entra mudo e sai calado, a bem da verdade, é uma espécie de piscadela do diretor Ruben Alves ao público, já que a paixão pelo futebol é uma das muitas características que buscam encaixar os personagens nos diferentes arquétipos escolhidos para representar o povo português em sua totalidade. – por Marcelo Müller

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