Se o ditado nos diz que o cão é o melhor amigo do homem, o cinema de fantasia nos mostra que, para as bruxas, o melhor amigo é sempre o gato preto. No caso de Kiki, a jovem feiticeira protagonista desta encantadora animação dirigida pelo mestre japonês Hayao Miyazaki, seu fiel escudeiro atende pelo nome de Jiji e, além da astúcia e do temperamento característico dos felinos, possui uma habilidade extraordinária: a da fala. Concebido através de traços finos, esguios e aparentemente simples, Jiji surge como uma figura extremamente expressiva, mesmo nos momentos em que não possui falas, como ocorre em determinada passagem do longa, na qual Kiki perde momentaneamente seus poderes mágicos, incluindo a capacidade de compreender o que diz seu amigo de quatro patas. Com orelhas pontudas e tão avantajadas quanto seus olhos vivazes, Jiji assume não somente a função de confidente da bruxinha – que passa por um período difícil de adaptação e amadurecimento após sair da casa dos pais e se mudar para uma nova cidade, onde começa a trabalhar fazendo entregas em sua vassoura voadora para a dona de uma padaria –, mas também de alívio cômico. Por diversas vezes, o gato rouba a cena, como quando precisa fingir ser um boneco de pelúcia perdido por Kiki numa de suas entregas, chegando até a possuir uma subtrama romântica própria, ao se apaixonar por uma bela gata branca, se tornando, assim, mais um personagem memorável do universo cinematográfico de Miyazaki e do Studio Ghibli. – por Leonardo Ribeiro

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