Poucos filmes evocam com tanta maestria o tom de um pesadelo infantil como este. A ambientação exclusivamente noturna do mundo mágico descoberto por Coraline atrás de uma portinhola escondida na sua nova casa coloca a protagonista num universo em que a segurança da rotina, dos vizinhos e de seus pais nunca esteve tão distante, enquanto a incerteza dos sonhos espreita a cada esquina. Essa é a atmosfera construída por Neil Gaiman no livro original e que esta animação tão bem reproduz na telona. Deslumbrada com sua descoberta, a curiosa Coraline é presenteada com maravilhas construídas por sua Outra Mãe, cópia da mãe de verdade, mas que, como todas as pessoas daquele mundo, tem botões no lugar dos olhos. Em troca, essas novas versões de sua família e de seus amigos só querem que Coraline passe a viver para sempre com eles do lado de lá. Algo que a garota é alertada a não fazer, por ninguém mais, ninguém menos, do que um gato preto, que ela logo nomeia O Gato. Único ser que, como Coraline, pode transitar entre os dois mundos, do lado de lá O Gato ganha voz e pode falar. Primeiramente distante e parte da mítica daquele universo, o bicho logo se mostra um aliado importante, pois ajuda Coraline a enxergar as imperfeições e perigos de um lugar que, primeiramente, parecia tão mágico. – por Yuri Correa

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