Uma das críticas mais recorrentes às produções do Universo Cinematográfico Marvel é que elas possuem pouca personalidade. Filmes controlados pelo estúdio, teriam uma “mesma cara”, justamente para se encaixarem, sem contratempos, numa ideia de conjunto. James Gunn, cineasta contratado para fazer o longa-metragem de um time menos popular da Casa das Ideias, foi uma escolha ousada do produtor Kevin Fiege, exatamente por ter um toque bastante pessoal. Segundo Gunn, Joss Whedon, que então cuidava dos longas dos Vingadores, o aconselhou a “despirocar”, a não deixar seu estilo esmaecer diante da empreitada de proporções gigantescas. E não é que deu certo, demais? Guardiões da Galáxia é um dos melhores, senão o melhor, filme do UCM. Não digam que a Marvel desacreditava desse possível sucesso. Oras, nenhum estúdio investe US$ 170 milhões, apenas no orçamento de produção, para permitir riscos demasiados. É exatamente por conseguir fazer uma aventura popular, com uma pegada pessoal, que James Gunn cimentou seu espaço nessa conjuntura de superproduções. Há uma pegada oitentista, mesmo que o filme se passe no presente e numa galáxia muito distante, boa parte culpa da mixtape que liga sentimentalmente o protagonista, Senhor das Estrelas/Peter Quill (o impagável Chris Pratt), com seu passado terreno, bem antes dele se tornar aventureiro com um pé na contravenção. Os personagens secundários se encaixam organicamente, as piadas atravessam o filme fazendo-o ser divertido, sem cair na vala do bobo, e a ação é não menos que empolgante. Estava feito o sucesso, com direito à dancinha ridícula para salvar o universo do ímpeto destrutivo do vilão. E que trilha sonora.
:: Média 7,8 ::
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