Pensem numa queda vertiginosa. O mundo dos quadrinhos e dos blockbusters ainda comemorava o êxito próximo do unânime de Homem-Aranha 2 (2004) quando foi lançado Homem-Aranha 3, com a promessa de uma ação ainda mais vertiginosa, vitaminada pela participação de muitos vilões. A enorme expectativa, no entanto, foi proporcional à decepção da maioria com a trama confusa, com pouco tônus dramático, que consecutivamente desperdiçava o potencial de personagens icônicos das HQs. Ao mesmo tempo, o cineasta Sam Raimi precisou lidar com um Harry (James Franco) ainda em busca de vingança pela morte do pai, com o Homem-Areia (Thomas Haden Church), transformado em entidade extraordinária após o acidente num acelerador de partículas, e com Eddie Brock (Topher Grace), que posteriormente iria se transformar no assustador Venom. É muita ameaça para pouca história. A ação transcorre num ritmo incessante, porém destituída de consistência. É bacana quando Venom aparece, sem dúvida, mas o personagem passa bem longe de fazer jus ao desejo dos fãs de vê-lo fazer verdadeiramente frente ao protagonista. Posteriormente, Raimi confirmou que o excesso foi uma imposição dos produtores, algo que sobrepesa no resultado que beira o pífio. O filme colocou fim na era Raimi/Maguire.
:: Média 4,3 ::

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.