INDICADOS

  • Crisis Hotline: Veterans Press 1 (2013), de Ellen Goosenberg Kent
  • Joanna (2013), de Aneta Kopacz
  • Nasza Klatwa (2013), de Tomasz Sliwinski
  • La Parka (2013), de Gabriel Serra
  • White Earth (2014), de Christian Jensen

 

As categorias de curtas-metragens (são três: ficção, animação e documentário) geralmente são as mais desprezadas pelos cinéfilos e espectadores, e muito disso se deve a um fato bastante simples: ninguém viu – nem teve como ver – os concorrentes! Nos Estados Unidos a situação é um pouquinho diferente, e isso se deve ao fato de que após as indicações serem anunciadas programas com todos os títulos selecionados são apresentados em salas de cinema selecionadas pelo país para os espectadores, bastando adquirir um ingresso normal para assisti-los. Como uma iniciativa como essa no Brasil é algo impensável, resta recorrer aos sites de downloads ou aos hackers mais habilidosos para encontrar tais produções. De qualquer mesmo, mesmo sem conferi-los previamente é possível ter uma boa ideia a respeito de quais dentre os indicados possuem mais chances de vitória, quais podem surpreender e quais foram esquecidos durante a corrida ao ouro de Hollywood. Confira!

 

FAVORITO: Crisis Hotline: Veterans Press 1
Ainda que seja o único dos cinco concorrentes sem o menor histórico até ser selecionado para disputar o Academy Awards – não foi indicado, muito menos premiado, em nenhum festival ou competição anterior – é a típica obra que deve comover o público norte-americano. Afinal, trata-se de uma produção da HBO (o que geralmente é sinônimo de qualidade) sobre veteranos de guerra e suas dificuldades em retornar à vida cotidiana após servirem em períodos de conflitos externos. A diretora Ellen Kent já foi premiada quatro vezes no Emmy e indicada ao DGA, o sindicato dos diretores da América. Esta é, no entanto, sua primeira indicação ao Oscar.

 

TORCIDA: La Parka
Batizado como The Reaper – ou O Estripador – nos Estados Unidos, essa produção mexicana sobre um homem que trabalha em um açougue e sua relação com a morte é de causar raro impacto. Tão forte, aliás, que alguns críticos respeitados chegaram a afirmar ser impossível presenciar sua projeção do início ao fim sem cobrir os olhos em determinadas sequências. O resultado, no entanto, é tão assustador quanto impressionante, e esse sopro de vigor e coragem parece ser o tipo de sensação e criatividade que categorias mais experimentais e menos comprometidas com o retorno popular deveriam recompensar.

 

AZARÃO: Nasza Klatwa
Enquanto White Earth discorre sobre a exploração de recursos minerais na Dakota do Norte e Joanna sobre uma relação entre mãe e filho às vésperas da morte construída com muito lirismo e dor, talvez o que consiga se comunicar com um público mais amplo seja Nasza Klatwa – ou Our Curse (Nossa Maldição, em tradução literal), como foi batizado nos EUA. Assim como o anterior, este vem da Polônia, porém foca sua atenção na relação íntima do diretor com sua esposa diante do dilema de terem que lidar com uma doença incurável do filho recém-nascido. Doloroso, mas ainda assim de fácil identificação. Provavelmente seja o mais universal dentre todos os concorrentes, o que pode contar na última hora.

 

ESQUECIDO: The Lion’s Mouth Opens, dirigido por Lucy Walker, que concorreu anteriormente na mesma categoria por The Tsunami and the Cherry Blossom (2011) e com o documentário em longa-metragem Lixo Extraordinário (2010) – esse, aliás, sobre o artista brasileiro Vik Muniz – era uma aposta certa entre os títulos pré-selecionados. Exibido no Festival de Sundance, foi premiado no Aspen Shortsfest e no Cinema Eye Honors Awards. Nesta short list estavam presentes também Kehinde Wiley: An Economy of Grace, de Jeff Dupre, premiado no SXSW Film Festival, e One Child, de Zijian Mu.

 

Confira a lista completa de indicados e as chances de cada um no nosso Especial Oscar 2015

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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