Através de uma parceria entre a Caixa Cultural Recife e São Paulo e o Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro, chega ao Brasil a II Mostra Cinema Português Contemporâneo, mais uma atividade que faz parte das comemorações do Ano de Portugal no Brasil. A proposta desta seleção é traçar um panorama da produção cinematográfica recente de Portugal, promovendo a exibição de longas e curtas realizados entre os anos de 2000 e 2012, muitos deles premiados em diversos festivais internacionais. A mostra começou em maio, entre os dias 21 e 26, em Recife, e seguiu para o Rio de Janeiro entre 24 de maio de 06 de junho, e terá sua última parada em São Paulo, de 16 a 28 de julho.

A curadoria do evento selecionou sete curtas e doze longas-metragens, que enfatizam uma das principais características da cinematografia portuguesa atual: sua diversidade e liberdade criativa. Entre os títulos estão documentários, ficções, animações e experimentais, tanto de cineastas consagrados como de estreantes. “O objetivo da mostra Cinema Português Contemporâneo é ser um espaço anual do cinema português no Brasil, dando a conhecer ou a rever uma seleção de filmes portugueses de grande qualidade, mas pouco exibidos por aqui”, afirmam os diretores e curadores da mostra Carolina Dias e José Barahona.

O Papo de Cinema está presente também na II Mostra Cinema Português Contemporâneo. Apresentaremos curiosidades, destaques e as críticas de alguns dos principais longas escolhidos para a edição 2013, numa proposta de cobertura selecionada e representativa do cinema luso, agora em terras brasileiras! Confira!

 

A Cara que Mereces (Ficção, 108’, 2004), de Miguel Gomes
Sinopse: Francisco, comporta-te! Bem sei que hoje fazes 30 anos, que é carnaval e que vestes de cowboy na festa do colégio, cercado por miúdos que detestas. Controla-te, rapaz…! Não vês que assim já não te aturam? E depois, como é que é? Partes a cabeça, vais para o hospital, ficas com sarampo e já não tens ninguém para tratar de ti… Como à Branca de Neve, davam-te jeito sete anões… Francisco, repete comigo: “Até aos trinta anos tens a cara que Deus te deu, depois tens a cara que mereces”.
Prêmios:
Prêmio de Melhor Fotografia para um filme português, Prêmio da Crítica – IndieLisboa 2004; Menção Honrosa – Festival de Cinema da Covilhã 2004
Confira a crítica de A Cara que Mereces, por Danilo Fantinel

 

A Nossa Forma de Vida (Doc., 91min, 2011), de Pedro Filipe Marques
Sinopse: Na cauda da Europa, oito andares acima d’água, o casamento entre o eterno proletário Armando e a dona de casa Maria Fernanda sobrevive há 60 anos. Como parceiros do mesmo crime, a partilha das suas visões do mundo transforma o quotidiano de um país em decadência económica numa breve comédia da vida. Num filme com a forma de iglu, estes guardiões do passado, deixam o mundo dos mass media inundar a sua torre de controlo, desenhando um retrato no presente da experiência da classe trabalhadora portuguesa.
Prêmios: Melhor Primeira Obra – DocLisboa 2011; Menção Especial do Júri do Prêmio Joris Ivens – Cinéma du Réel 2012; Menção Especial do Júri – Documenta Madrid 2012; Grande Prêmio do Festival, Cidade de Coimbra; Prêmio para o Melhor Realizador; Prêmio D. Quijote, FICC/IFSS do Júri Internacional e dos Cineclubes – Caminhos do Cinema Português 2012; Extra Muros Award – 7° Pravo Ljudski Film Festival 2012 (Sarajevo, Bosnia Hersegovina)
Confira a crítica de A Nossa Forma de Vida, por Willian Silveira

 

Alice (Ficção, 102min, 2005), de Marco Martins
Sinopse: Passaram 193 dias desde que Alice foi vista pela última vez. Todos os dias Mário (Nuno Lopes), o seu pai, sai de casa e repete o mesmo percurso que fez no dia em que Alice desapareceu. A obsessão de a encontrar leva-o a instalar uma série de câmaras de vídeo que registam o movimento das ruas. No meio de todos aqueles rostos, daquela multidão anónima, Mário procura uma pista, uma ajuda, um sinal… A dor brutal causada pela ausência de Alice transformou-o numa pessoa diferente mas essa procura obstinada e trágica, é talvez a única forma que ele tem para continuar a acreditar que um dia Alice vai aparecer.
Prêmios: Prêmio Regards Jeunes – Melhor Filme da Quinzena dos Realizadores – Festival de Cannes 2005; Prêmio Revelação e Melhor Ator (Nuno Lopes) – Festival de Cinema Luso-Brasileiro (2005); Melhor Realização, Melhor Fotografia e Prémio FIPRESCI para Melhor Filme – Festival Internacional de Cinema de Mar del Plata, Argentina (2006); Melhor Primeira Obra –
Raindance Film Festival, Reino Unido (2006); Prêmio de Realizador Revelação –
Festival Las Palmas, Espanha (2006); Melhor Filme
Globo de Ouro, Portugal (2006); Melhor Ator (Nuno Lopes) e Melhor Filme –
Coimbra Caminhos do Cinema Português (2006); Melhor Realizador, Melhor Montagem, Melhor Fotografia e Melhor Música – Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa (2006); Melhor Longa-Metragem –
Festival dos Cinemas do Mediterrâneo, Portugal (2006)
Confira a crítica de Alice, por Matheus Bonez

 

O Fantasma (Ficção, 90’, 2000), de João Pedro Rodrigues
Sinopse: Sérgio passa os dias entre um quarto alugado num hotel barato, sexo anônimo e o seu trabalho na recolha do lixo do setor norte de Lisboa. Ma suma noite os seus olhos se deparam com o fantasma dos seus sonhos, e ele acorda na obsessão do amor…
Prêmios: Melhor Filme Estrangeiro, Festival de Belfort – Entrevues; Melhor Filme – New Festival, Nova York; Seleção oficial do Festival de Veneza
Confira a crítica de O Fantasma, por Pedro Henrique Gomes

 

Palácios de Pena (Ficção, 59’, 2011), de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt
Sinopse: Assombradas pelas suas próprias vidas sem rumo, duas raparigas pré-adolescentes reencontram-se quando estão de visita à avó doente. No meio das suas fantasias com um passado medieval – consumido pelo medo e pelo desejo – as duas raparigas sofrem uma transformação e enfrentam um legado de opressão. “O amor é, finalmente, um cruzamento de pernas, uma união de barrigas, um breve tremor de artérias, uma confusão de bocas, uma batalha de veias, um enrolar de coxas, quem disser o contrário é uma besta“, Gregório de Mattos (séc. XVII)
Prêmios: Melhor Filme de Ficção, Chicago Underground Film Festival, 2012; Prêmio Lawrence Kasdan Award para Melhor Filme de Ficção, Ann Arbour Film Festival, 2012
Confira a crítica de Palácios de Pena, por Conrado Heoli

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
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