Coadjuvantes carismáticos que roubam a cena, tá aí um elemento quase obrigatório em animações. E nessa categoria bastante específica de personagem os minions se destacam como fenômeno de popularidade. Capangas do vilão/herói Gru em Meu Malvado Favorito (2010) e Meu Malvado Favorito 2 (2013), as criaturas amarelas de fala incompreensível (ao menos para nós) caíram rápido nas graças do público, sobretudo o infantil. Portanto, natural eles ganharem um filme solo, consequência prevista desse sucesso. Minions (2015) mostra a busca histórica deles por um vilão a quem servir e, mais especificamente, a parceria com Scarlet Overkill, malfeitora cujo plano principal é roubar a coroa da Inglaterra. No Confronto da semana, Marcelo Müller ataca o filme e a falta de vocação dos minions para o protagonismo, enquanto Robledo Milani defende a aventura, principalmente no que diz respeito à diversão que ela proporciona. Confira.

 

A FAVOR :: “Às vezes tudo o que precisamos é dar boas risadas, e aqui temos isso de sobra”, por Robledo Milani
Grandes sucessos da animação não podem sobreviver sem coadjuvantes carismáticos. Do Gênio de Aladdin (1992) aos Pinguins de Madagascar (2005), o que não faltam são bons exemplos – estes últimos causaram tamanho impacto que chegaram a ganhar um longa só para eles. É nessa linha que os pequenos seres amarelos e de fala incompreensível, apresentados pela primeira vez em Meu Malvado Favorito, voltam agora aos cinemas com um filme exclusivo para chamar de seu. E além do óbvio aproveitamento comercial, há outros motivos para esse alarde? Com certeza! Uma vez que desde o princípio sabemos ser impossível esperar de um projeto como esse uma narrativa mais profunda, o foco é imediato na diversão. Os minions cumprem com louvor sua função de alívio cômico, porém em versão potencializada. Preocupados apenas em entreter com competência, os protagonistas Kevin, Bob e Stuart aprontam mil e uma trapalhadas, eliminando da face da Terra os mais variados vilões – por pura e simples incompetência – e invadindo o flower power dos anos 1970 em Nova York, até irem para a Inglaterra e, num golpe do destino, conquistarem legitimamente a coroa do reino. Às vezes tudo o que precisamos é dar boas risadas, e aqui temos isso de sobra.

CONTRA :: Pouca coisa se salva”, por Marcelo Müller
O filme solo dos minions não foi uma boa ideia. Quer dizer, poderia dar certo se os roteiristas os tratassem como protagonistas e não ainda como coadjuvantes. A busca por um vilão a quem servir acaba os expondo irremediavelmente como figuras menores (não apenas na estatura). Os minions só funcionam como alívio cômico subordinado a alguém. Há tiradas interessantes nesta aventura, sendo a principal delas a andança dos amarelos pelas diversas fases da História. Pena que tudo passe rápido demais. Aliás, a trama, no geral, avança em desabalada carreira, truque para diminuir nosso ressentimento da falta de um protagonista de verdade, a quem se voltar quando o murmurar quase incompreensível dos minions, a priori uma característica engraçadinha, se torna chata por conta da repetição sem qualquer efeito positivo. A trilha sonora é muito boa, com músicas do The Doors e The Who, por exemplo, mas também subaproveitada. A antagonista é chata, um decalque moderno e mal enjambrado das bruxas de antigamente. Em suma, pouca coisa se salva neste filme que, a bem da verdade, poderia, com ganhos para todos, ter dado lugar a um Meu Malvado Favorito 3, no qual os minions certamente continuariam a fazer bonito em sua produtiva insignificância.

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