Assistir a Forest Whitaker como protagonista é raro, mas um deleite. Neste trabalho vencedor do Oscar de Melhor Ator, ele interpreta o ditador ugandense Idi Amin Dada, acusado de ter executado cerca de 300 mil pessoas nos seus oito anos de poder. No filme, o ator vive uma época em que o o governante contrata o escocês Nicholas Carrigan (James McAvoy) para ser seu médico particular. Se a ideia inicial parece interessante para o profissional, logo começa a se tornar um pesadelo, quando ele testemunha os horrores do mandato de Idi. Ainda assim, mesmo que o monstro na tela seja desprezível de todas as formas, o nosso homenageado faz de tudo para humaniza-lo. O ditador pode cometer diversos crimes contra a população, mas nem por isso demonstra prazer em fazê-lo, agindo muitas vezes como alguém simpático e quase causando empatia – se não soubéssemos de todas as atrocidades dele, é claro. Porém, o ar educado se perde quando o personagem mostra toda sua raiva e intolerância com o próximo, fazendo o espectador odiá-lo das mais diversas formas. Whitaker apresenta essas facetas numa bela composição, sem nunca parecer que seus colegas de produção estejam lidando com pessoas diferentes. É um trabalho feito sob diversas camadas que merece cada aplauso e prêmio recebido. E não foram poucos. – por Matheus Bonez

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar

avatar

Últimos artigos de (Ver Tudo)