Um dos mais ousados curtas desta edição é o de Julia Zanin de Paula. Também selecionado para a Mostra de Curtas Brasileiros deste festival, o filme faz uso de uma linguagem que lembra o cinema de Rob Zombie e outros expoentes do cinema de horror mais contemporâneo. Baseado no conto A Mãe dos Monstros, do francês Guy de Maupassant, propõe uma reflexão acerca dos limites que os seres humanos chegam para aperfeiçoar e se destacar na indústria do entretenimento, ainda que nem sempre seja bem sucedida nestas intenções. Essas ameaças sem rosto e gigantes em suas demandas são representados por um circo de horrores, também conhecidos como Freak Show, que usa de sacrifícios e experimentos científicos/maléficos para criar novas criaturas. Nos olhos da competente atriz Laura Hickmann, aliada ao talento da cineasta Julia Zanin de Paula, cumpre seu papel de instaurar o medo e a repugnância. Como resultado, tem-se uma obra para poucos, e, talvez por isso mesmo, ganha pontos por sua audácia e irreverência em buscar não o apreço da maioria, mas a ressignificação daqueles já iniciados nesse universo de referências e estilos.
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