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Abre Alas é o título do documentário brasileiro que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 11. Ele é assinado por Ursula Rösele e traz aos holofotes sete mulheres de origens e histórias de vida diferentes.

Entre lembranças e confissões, as personagens performam suas próprias vivências, transformando o ato de falar em gesto e o trauma em arte. A obra parte de uma proposta simples: escutar. Em alguns momentos, escutar, inclusive, o silêncio. São mulheres que enfrentaram violências, preconceitos, solidão e invisibilidade, mas que hoje se permitem rir, amar e existir com plenitude.

E para aquecer os interessados, o Papo de Cinema conversou com Ursula – de maneira remota. A seguir, fique com um trecho, em texto, do bate-papo e, em seguida, com a íntegra em vídeo:

Abre Alas, de Ursula Rösele
Abre Alas, de Ursula Rösele

ENTREVISTA :: URSULA RÖSELE

Perguntada sobre como chegou ao recorte e à seleção das sete mulheres retratadas, Ursula Rösele explicou que a escolha foi resultado de uma longa jornada. Segundo ela, desde o início do projeto havia uma convicção muito clara: trabalhar com mulheres acima dos 55 anos. “Esse era o ponto”, afirmou. 

A diretora contou que também tinha o desejo de incluir mais mulheres trans e de buscar diferenças “meio radicais” entre elas – diferenças de classe, de origem, de identidade e de condições econômicas. Isso, revela, vinha acompanhado de um medo constante: “eu tinha muito receio de ficar superficial por tentar abraçar um mundo tão amplo”.

Abre Alas, de Ursula Rösele
Abre Alas, de Ursula Rösele

Ao detalhar essa decisão, Ursula disse que a escolha por mulheres mais velhas nasce de uma vivência pessoal que precede o projeto. Ela relembrou o período em que dava aulas em um curso de cinema em Belo Horizonte, com alunos muito jovens, enquanto vivia sua primeira experiência de maternidade. A isso se somou a divisão política acentuada no Brasil em 2018, com a eleição de Jair Bolsonaro. Esses três elementos – a sala de aula, o nascimento do filho e a polarização nacional – atravessaram diretamente o início do projeto, aprovado em 2019.

A diretora contou que, após o parto, passou a observar com mais atenção as mulheres ao seu redor – sua mãe, sogra, tias e outras figuras de gerações anteriores. O modo como essas mulheres reagiam à maternidade dela, e como revisitavam suas próprias experiências como mães, avós e cuidadoras, despertou nela um impulso investigativo que se tornou um dos motores centrais do documentário. “Não sei como eu prestava atenção nisso, porque eu era uma planta com um bebê recém-nascido, mas aquilo me chamava muito a atenção”, disse.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

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