Vladimir Carvalho

  • Vladimir Carvalho da Silva
  • 31 de janeiro, 1935
  • Itabaiana, PB, Brasil
  • Brasileiro
  • irmão do cineasta e fotógrafo Walter Carvalho
  • Diretor

Biografia

Ainda pequeno é levado pelos pais ao Recife para ser criado por uma tia na cidade grande, onde receberia uma melhor educação. Com quase 14 anos perdeu o pai, que deixa para a família um irmão com pouco menos de um ano, Walter Carvalho, que mais tarde se tornaria um importante diretor de fotografia e realizador. Aluno no primário de um aspirante a cineasta, Linduarte Noronha, Vladimir tem seus primeiros contatos com o cinema, e ao lado do professor escreve seu roteiro de estreia.

A partir de 1959 passa a atuar como crítico na imprensa local de João Pessoa, para onde se mudara com a tia. Mais tarde foi para Salvador, onde se juntaria ao Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes. Cursando Filosofia na Universidade Federal da Bahia conhece Glauber Rocha, passando mais tarde a integrar o movimento do Cinema Novo. Uma influência essencial que moldou a sua carreira em torno dos documentários. De Salvador recebe o convite para ser assistente de direção de Eduardo Coutinho em Cabra Marcado para Morrer (1985), mas com a instauração da Ditadura Militar em 1964, as filmagens são interrompidas e Carvalho é obrigado e entrar na clandestinidade por um tempo. Isso não antes de ajudar a garantir a segurança de Elizabeth Teixeira, figura em que se centrava o documentário e que, com a nova gestão dos militares, corria perigo.

Passada as inquietações do começo do regime, volta a circular com mais tranquilidade, mudando-se para o Rio de Janeiro, onde passa a trabalhar como repórter para o Diário de Notícias, tendo acesso direto a movimentos contra a Ditadura. Alguns dos quais ele mesmo e a esposa, Maria do Socorro, fundam e lideram por um período. Em 1969, é convidado pela Universidade de Brasília a participar da produção de documentários sobre a instalação da capital no centro oeste do país. Programado a princípio para ficar apenas dois meses, acaba se estabelecendo na cidade, onde torna-se professor na UNB.

Ao longo da carreira passa a ser visto como grande pensador, funda a sessão do Distrito Federal da Associação Brasileira de Documentaristas e continua no embate contra a Ditadura quando seu filme O País de São Saruê (1971) é retirado da programação do Festival de Cinema de Brasília e apreendido pela censura até 1979. Em 1994, cria a Fundação Cinememória de preservação cinematográfica, e, em 2004, é declarado Embaixador Cultural da cidade de Brasília pelo Governo do Estado. Em 2015 recebe um prêmio especial na abertura do Festival de Brasília, que recebeu seu primeiro e outros filmes, em comemoração aos seus 80 anos recém completados.