Tormenta
Crítica
Leitores
Sinopse
Baseado na reviravolta na vida da artista plástica Vera Tormenta Goulart, o filme embarca em uma viagem à Paris do pós-Guerra, passando pela boemia do Rio de Janeiro dos anos 1950 e vai até a mudança radical do país nos anos 1970 – época em que Vera muda-se para uma fazenda no interior do Rio Grande do Sul.
Crítica
Usando como forma de narração inicial a leitura de velhas cartas que a artista Vera Tormenta mandava para sua família durante o período em que estudou em Paris, Tormenta, que traz como personagem principal a mesma, deixa que a já senhorinha protagonista nos conte a história da sua carreira e a convivência que teve com figuras como Iberê Camargo, Jorge Amado e uma boemia à beira do concretismo na segunda metade do século passado.
Delicado, o média-metragem ouve sua figura de estudo com atenção, ilustrando com o seu próprio trabalho aquilo que ela diz e o que dizem sobre ela. Nascida no Rio de Janeiro nos anos 1930, Vera estudou na Academie Julian na França, e, quando voltou ao Brasil, teve contato com diversas figuras artísticas de importância, tais como Oscar Niemeyer e Vinicius de Moraes, num ponto comum de frequentação desse público, o Bar Vermelhinho, que ficava nos fundos da Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro.
Entusiasmada, ela mostra as reportagens guardadas, enquanto ouvimos o texto quase romanceado de suas cartas, em uma bela maneira que o diretor Lucas Costanzi encontra de alinhavar os recortes da vida de Vera. A verdade é que não precisaria de muito para encantar. Simpática e extrovertida, Tormenta parece extremamente contente com a oportunidade de poder se abrir, uma felicidade que se estende para a forma do documentário e o deixa impregnado com a sua personalidade ainda tão ativa, mesmo aos 84 anos de idade.
Em suma, Tormenta, o filme, é sensível e encantador porque, enfim, fala sobre uma pessoa que se mostra sensível e encantadora. O único pecado do média, de fato, acaba sendo não mergulhar um pouquinho mais no cotidiano atual da artista. Quando começa a fazer isso, decide acabar. Sua personagem merecia alguns minutos a mais de tela.
Últimos artigos deYuri Correa (Ver Tudo)
- Os 70 anos de Os Sapatinhos Vermelhos - 8 de setembro de 2018
- Cargo - 12 de junho de 2018
- Roxanne Roxanne - 5 de junho de 2018
Deixe um comentário