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Sinopse

Alterações climáticas colocam em risco a vida na Terra. No meio de um cataclismo global, um cientista vai ao encontro de um dos epicentros da catástrofe, pois nele pode estar seu filho.

Crítica

O Dia Depois de Amanhã é entretenimento puro. Ponto final, fim de discussão. Aquele que decidir se aventurar por este trabalho do diretor Roland Emmerich deve saber exatamente o que esperar. Este não é espaço para procurar grandes dramas, interpretações extasiantes, roteiros engenhosos, sentidos profundos e intensos. O que está a disposição aqui é nada mais do que efeitos especiais impressionantes, que por sua vez proporcionam cenas de grande impacto executadas à perfeição. E o melhor é que este filme não pretende ser nada mais do que isso.

A história é muito simples: como a humanidade há décadas vem desrespeitando a leis básicas de preservação do meio ambiente, chegou a vez na natureza dar o troco. O climatologista vivido por Dennis Quaid alerta a comunidade científica e econômica mundial para a possibilidade de uma segunda Era do Gelo, devido ao aquecimento global e consequente derretimento dos polos. O vice-presidente dos Estados Unidos, no entanto, ao invés de tomar as atitudes necessárias para evitar tamanha desgraça, afirma que “a economia também é muito frágil para que se altere as regras no meio do jogo”, e que há muito com o que se preocupar antes de qualquer decisão mais drástica. O imprevisto é que o que seria esperado para daqui a 50 ou 100 anos tem início no dia seguinte: uma super tempestade começa a varrer o hemisfério norte do globo terrestre, colocando os ditos países do primeiro mundo numa condição de ter que pedir auxílio aos seus vizinhos “pobres” do sul. Previsível, mas ainda assim divertido.

Enquanto a tragédia acontece, com furacões destruindo Los Angeles, chuvas de granizos do tamanho de uma bola de futebol detonando com Tóquio e a Europa se encontrando literalmente debaixo d’água, Quaid parte em uma expedição para resgatar o filho (Jake Gyllenhaal), que se encontra na companhia de alguns amigos em Nova York. Enfrentando as mais diversas condições climáticas e lutando em ambos os lados para permanecerem vivos, esse núcleo familiar serve de subtexto emocional e ligadura dramática para conferir humanidade à catástrofe anunciada. Um recurso que, apesar de tudo, não chega a ser suficiente para livrar O Dia Depois de Amanhã da condição de “superespetáculo de efeitos especiais”.

Com um custo de US$ 125 milhões, O Dia Depois de Amanhã sofreu um pouco nas bilheterias norte-americanas, mas se recuperou tranquilamente no mercado internacional: apesar de ter estreado em segundo lugar nos Estados Unidos, ficando atrás de Shrek 2 (2004), arrecadou em todo o mundo quase US$ 550 milhões, um resultado bem considerável. E se o enredo não surpreendeu ninguém e as atuações do elenco pouco ousavam além do piloto automático, ao menos os sentidos mais primários do espectador agradecem. Afinal, trata-se de diversão em estado bruto, um espetáculo para os olhos que remete a um dos conceitos mais básicos de que cinema é, acima de tudo, fantasia. Basta ter isso em mente que essa boa sessão de entretenimento rápido e sem maiores consequências estará garantida.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

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