INDICADOS:

  • Cave Digger, produzido por Jeffrey Karoff
  • Facing Fear, produzido por Jason Cohen
  • Karama Has No Walls, produzido por Sara Ishaq
  • Prison Terminal: The Last Days of Private Jack Hall, produzido por Edgar Barens
  • The Lady in Number 6: Music Saved My Life, produzido por Malcolm Clarke e Nicholas Reed

 

Se poucos dão atenção à categoria de Melhor Documentário em Longa-metragem, com muitos candidatos que até são exibidos nos cinemas e em horários privilegiados na televisão, o que se esperar dos indicados à Melhor Documentário em Curta-metragem? Com exceção de um dos concorrentes – Karama Has No Walls, feito no Yemem e coproduzido pelos Emirados Árabes e pela Inglaterra – todos os demais selecionados são norte-americanos. Mas a semelhança que mais chama atenção é o fato de quatro dos cinco diretores serem estreantes no cinema, enquanto que o restante é um veterano já indicado outras duas vezes – e premiado numa delas. Adivinha, portanto, quem é o favorito?

 

Favorito: The Lady in Number 6: Music Saved My Life é o mais provável dentre todos os indicados a sair vitorioso. Assim como quase todos os seus concorrentes, não foi premiado – nem ao menos indicado – em nenhum festival ou premiação anterior. Mas seu diferencial pode estar na assinatura de Malcolm Clarke, já premiado nesta mesma categoria por You Don’t Have to Die (1988) e responsável por mais de uma dezena de trabalhos do gênero no cinema e na televisão. Outro elemento que conta a seu favor é a temática, ao narrar a trajetória de vida de uma das últimas sobreviventes do holocausto, a pianista Alice Sommer-Herz, que aos 109 anos contou as lições que aprendeu em sua história e a importância para sua sobrevivência do riso e da música. Como ela faleceu no último dia 23 de fevereiro (uma semana antes da entrega do Oscar), uma vitória aqui pode também ser um meio de honrá-la pela última vez.

 

Torcida: Facing Fear é o título mais socialmente relevante, digamos assim, dentre os cinco indicados. Karama Has No Walls é muito específico, ao falar da Revolução do Yemen, enquanto que Cave Digger pode ser considerado alienado da realidade ao focar sua atenção numa escultora de interiores de cavernas. Mas o curta dirigido por Jason Cohen é impactante e pontual, de fácil identificação e pertinente ao momento em que estamos vivendo. No centro de sua ação está a inesperada amizade que surge entre um ex-neo-nazista e um jovem gay, vítima de um crime de ódio. Selecionado para diversos festivais, foi premiado no OutFest, em Los Angeles.

 

Azarão: Prison Terminal: The Last Days of Private Jack Hall causou surpresa até mesmo por ter aparecido como um dos finalistas. E isso devido a sua temática, potencialmente polêmica. Num mundo cada vez mais intolerante, dominado pelo politicamente correto e pela vigilância constante, encontrar um filme que se dedica a humanizar presidiários, mostrando-os em seus últimos dias de vida e reconstruindo suas existências dentro de uma das maiores e mais tradicionais prisões hospitalares de segurança máxima dos Estados Unidos, é um feito raro. Tanto quanto será vê-lo reconhecido com uma cobiçada estatueta dourada.

 

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

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