20200515 a grande aposta papo de cinema 800

Quem gosta de finanças costuma ter uma queda por boas histórias que envolvem decisões arriscadas, números que mudam tudo, pessoas que apostam tudo o que sabem… e o que acreditam saber. O cinema soube aproveitar muito bem esse terreno e transformou crises e mercados em histórias que se assistem quase de uma só vez.

A seguir, apresentamos alguns títulos que ajudam a entender melhor o mundo financeiro enquanto você se diverte na frente da tela.

1. “A Grande Aposta” (The Big Short) 

Se você já ficou olhando para um gráfico sem entender como chegamos até lá, “A Grande Aposta” será especialmente interessante para você; o filme acompanha vários investidores que percebem que a bolha imobiliária nos Estados Unidos está prestes a estourar. O melhor é que ele não faz isso com uma linguagem enigmática, mas com explicações fáceis de entender e um humor que ameniza a seriedade do tema sem tirar sua profundidade.

À medida que a história avança, vemos como os protagonistas se baseiam em dados e análises próprias para ir contra a corrente do consenso. Essa abordagem lembra muito quem acompanha de perto a cotação de um ativo, seja uma ação clássica ou um par como btc / brl, e tenta ler o que está por trás de cada movimento de preço; a atitude curiosa e a análise crítica são quase mais um personagem do filme.

2. “O Lobo de Wall Street” (The Wolf of Wall Street) 

Se em “A Grande Aposta” o foco está na estrutura do sistema, em “O Lobo de Wall Street” o centro da história são as pessoas e sua maneira de se relacionar com o dinheiro. O filme, baseado na biografia de Jordan Belfort, retrata o dia a dia de uma corretora financeira que cresce rapidamente e vive em uma espécie de euforia constante; tudo é contado com um ritmo muito marcado e um senso de espetáculo que prende a atenção.

Por trás dessa encenação, há muito material para quem se interessa pelo comportamento dos investidores. O filme mostra como certos discursos de venda são construídos, como as equipes comerciais são organizadas e qual o peso da persuasão e da confiança na tomada de decisões.

3. “Wall Street: Poder e ganância” (Wall Street) 

Há filmes que definiram uma imagem do mercado financeiro, e “Wall Street: Poder e ganância” é um deles. Aqui acompanhamos um jovem corretor que quer abrir caminho em Nova York e se relaciona com um investidor veterano tão influente quanto exigente. Desde as primeiras cenas, aparecem as mesas de negociação e a sensação de que qualquer decisão pode significar uma reviravolta na carreira de alguém.

Um dos pontos fortes do filme é como mostra a circulação de informações; rumores, vazamentos, resultados antecipados… tudo se mistura em um ambiente em que o tempo conta tanto quanto a qualidade dos dados. Para quem acompanha os mercados, essas cenas servem para dar rosto e expressão a processos que costumamos ver resumidos em uma linha de cotações ou em um comunicado à imprensa.

4. “Moneyball: Rompendo as Regras” (Moneyball) 

Após três títulos focados diretamente no mercado, “Moneyball: Rompendo as Regras” vai para o beisebol para falar de algo muito familiar para qualquer pessoa que invista: a tomada de decisões baseada em dados. O protagonista, gerente de um time com orçamento apertado, recorre a um jovem analista para contratar jogadores com base em estatísticas avançadas, em vez de se deixar guiar apenas pela intuição dos olheiros.

A mudança de perspectiva é muito reconhecível para quem passou de seguir “palpites” para trabalhar com modelos e métricas. O filme mostra como uma boa leitura dos dados pode descobrir valor onde os outros só veem um ativo medíocre, e como essa vantagem se mantém enquanto o mercado ainda não incorpora essa informação aos seus preços; é uma ideia muito próxima da análise fundamental e quantitativa utilizada em muitos domínios das finanças.

5. “Inside Job” (Trabalho Interno) 

“Inside Job” encerra bem este percurso porque reúne muitas das peças que aparecem dispersas em outros filmes e as organiza na forma de um documentário. Ele analisa as causas da crise de 2008 com entrevistas a economistas, reguladores, responsáveis por entidades financeiras e acadêmicos, resultando em um mapa claro de como decisões e produtos cada vez mais complexos foram se encadeando.

O documentário é especialmente interessante se você gosta de entender o contexto em que os mercados se movem. Ele fala sobre agências de classificação, conflito de interesses, regulamentação e cultura corporativa, mas o faz com uma linguagem acessível e exemplos concretos. O melhor de tudo é que não é necessário ter formação econômica para acompanhar o raciocínio, o que o torna uma boa porta de entrada para se aprofundar por conta própria posteriormente.

Se você se interessa pelo mundo financeiro, dedicar tempo a esses filmes é uma forma diferente de aprender, graças às nuances e situações reais. Talvez após assisti-los, com um pouco de sorte, você também passe a apreciar ainda mais essa mistura de análise e estratégia que torna esse universo tão atraente.

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