Robert Benton, um dos grandes realizadores de Hollywood, faleceu no último domingo, 11, aos 92 anos. A informação foi confirmada por Marisa Forzano, assistente e empresária do profissional, ao The New York Times. Entre os anos 1960 e 2000, Benton, que ganhou três Oscars, comandou elogiados filmes. Relembre!
Robert Benton nasceu em Dallas, Texas, EUA, e frequentou a Universidade do Texas, graduando-se em 1953 com um bacharelado em Belas Artes. Posteriormente, mudou-se para a cidade de Nova York para cursar um mestrado em História da Arte na Universidade de Columbia. No entanto, desistiu após um semestre e foi convocado para o exército. Em 1959, coescreveu o livro The IN and OUT Book, em parceria com Harvey Schmidt, publicado pela Viking Press. No início dos anos 1960, atuou como diretor de arte da revista Esquire.
Após se interessar por cinema, ingressou no meio dirigindo A Texas Romance, 1909, curta lançado em 1964. Mas sua porta de entrada na sétima arte se deu, de fato, como roteirista, antes de se tornar diretor de longas. Ele ganhou destaque coescrevendo, ao lado de David Newman, o roteiro do aclamado filme Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas (1967), que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original. Esse trabalho foi fundamental para estabelecer sua carreira em Hollywood, marcando o início de sua trajetória na indústria cinematográfica.
Na sequência, Benton partiu para os primeiros longas como diretor: Má Companhia (1972) e A Última Investigação (1977), ambos elogiados por sua abordagem sombria, personagens ambíguos e estética contida e realista, características que dialogavam diretamente com os ideais da Nova Hollywood. No entanto, o sucesso chegou de forma definitiva com Kramer vs. Kramer (1979), drama familiar que capturou o espírito da época ao abordar temas como divórcio, paternidade e transformação dos papéis de gênero. A combinação de um roteiro emocionalmente preciso, a direção sensível de Benton e atuações marcantes de Dustin Hoffman e Meryl Streep, rendeu ao filme enorme aclamação crítica, sucesso de público e cinco Oscars. Benton, aliás, ficou com as estatuetas de Melhor Direção e Roteiro Adaptado.
Cinco anos depois, Robert Benton voltou ao topo com Um Lugar no Coração (1984), drama delicado e pessoal ambientado durante a Grande Depressão no interior do Texas, sua terra natal. O projeto reafirmou a habilidade de Benton em construir narrativas intimistas com forte carga emocional, centradas em personagens resilientes diante da adversidade. Inspirado em lembranças de sua própria infância, o roteiro trata de temas como perda, sobrevivência e racismo. Ele faturou o Oscar de Melhor Roteiro Original daquele ano e, com isso, se consolidou como cineasta autoral capaz de equilibrar crítica social e emoção.
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Na década de 1990, voltou-se a dramas mais ambiciosos, como Billy Bathgate: O Mundo a Seus Pés (1991), uma produção de época sobre o submundo do crime, com Dustin Hoffman e Nicole Kidman, que, apesar da escala, foi considerada fria e irregular. Em seguida, realizou O Indomável: Assim é Minha Vida (1994), com Paul Newman, que se destacou positivamente, lhe rendeu boas críticas e outra indicação ao Oscar. Continuou com Fugindo do Passado (1998) e Revelações (2003), todos dramas maduros que, embora trouxessem reflexões sobre identidade, perdas e relações humanas, não despertaram o mesmo interesse de público e crítica.
A partir do anos 2000, Benton se afastou da direção. Não houve um anúncio formal de aposentadoria, mas seu silêncio criativo pode ser atribuído a uma combinação de fatores: a mudança nos rumos da indústria, com menor espaço para dramas adultos e intimistas em grandes estúdios, a recepção cada vez mais discreta de seus últimos trabalhos e e a idade avançada. Apesar disso, seu legado permanece fortemente associado à sensibilidade narrativa e à atenção ao drama humano que marcaram seus melhores filmes. Sua última contribuição foi Banquete do Amor (2007). Benton foi casado com a artista Sallie Rendig, até 2023, quando ela faleceu. Eles tiveram um filho: John Benton.
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